Overkill - The Grinding Wheel (Cd-2017) |
Máquina de Moer
Tímpanos!
Por
Trevas
Prólogo – Bastardos em
Ação
Uma
das bandas de Thrash de produção
mais constante da cena Estadunidense, o Overkill
bateu na trave do mainstream em
meados dos anos 1990, quando figurou com algum destaque no cast da Atlantic Records. Talvez uma das primeiras bandas pesadas a apostar em uma
proposta mais grooveada em meio à velocidade habitual do thrash, seu som provavelmente falhou ao alçar maiores voos por
conta da voz esganiçada e visceral do elétrico Bobby Blitz. Ainda que o
sucesso comercial nunca tenha chegado, a banda manteve sua integridade,
lançando uma penca de grandes discos, inclusive em tempos recentes (vide as
pedradas IronBound, White Devil Armory
e Killbox XIII).
O 19º Disco
Mas
por mais que eu sempre tenha sido fã da banda e conheça o padrão de qualidade
de sua discografia, nada me preparou para o que eu encontraria em seu 19º disco
de estúdio.
Mean Green Killing Machine (ver vídeo), título
que parece saído de propagando de Grill do George
Foreman é uma faixa de abertura
arrasa quarteirões. De primeira já dá para perceber o esmero na produção,
capitaneada pela própria banda, e na fantástica mixagem pelo mago Andy Sneap.
O mais legal da música do Overkill
é a mistura que a banda consegue fazer de seu Thrash vigoroso e repleto de
groove (cortesia do baixo pulsante de DD
Verni) com pitadas de punk rock e até mesmo Hard, como na deliciosa Goddamn Trouble (ver vídeo). E cara, como as guitarras de Dave Linski e Derek Tailer estão soando afiadas!
Nem deu tempo de recuperar minimamente o fôlego e já temos a praticamente
perfeita Finest Hour (ver vídeo), que mescla sangue nos olhos, a bateria britadeira
do monstruoso Ron Lipnicki e melodias vocais para lá de
inspiradas.
A faixa seguinte, Shine On (ver vídeo), tem DD Verni
nas alturas na mixagem e boas passagens, mas é a primeira faixa não excelente
no disquinho. Mas a épica The Long Road, com mais riffs e solos inspirados por minuto do que a
discografia do Metallica nas últimas
décadas vem para retomar a qualidade do trabalho. Veja bem, se você nunca
gostou da voz de Bobby Blitz, não vai ser agora que irá mudar
de ideia. Mas se você já é fã, vai ficar surpreso com a qualidade das linhas
melódicas que o coroa ainda produz.
Lets All Go To Hades
é apenas divertida, e começa com um riff que bem poderia ornar uma música nova
do Candlemass, mas deve funcionar
que é uma maravilha ao vivo. Come Heavy é outra que deve um pouco à cena Doom/Sludge, metralhando riffs inspirados e um vocal contagiante em seus
poucos mais de quatro minutos.
Bobby e seu bigodinho Troo - Overkill 2017 |
Red White
and Blue é toda velocidade, começando como uma trauletada semi-punk,
mas falhando em alçar maiores voos diante do alto padrão de suas
inspiradíssimas irmãs. The Wheel, mantém a toada feroz, mas a
cereja do bolo fica mesmo para o final, com a estonteante faixa título, um
mastodonte épico de quase oito minutos de duração e que tem tudo para se tornar
um novo clássico da banda. A edição nacional, em belo digipack, ainda inclui
uma boa, ainda que respeitosa demais, rendição para Emerald, clássico do Thin
Lizzy.
Saldo Final
The Grinding
Wheel é um tapa na cara de quem
associa a falta de qualidade dos lançamentos recentes de algumas bandas grandes
de metal com seu longo tempo de estrada. Com 37 anos nas costas, o Overkill nos presenteia com um de seus
mais vigorosos e melhores trabalhos. Sério candidato a melhor disco de 2017!!
NOTA: 9,31
Pontos
positivos: ótimas músicas com produção caprichada
Pontos
negativos: podiam ter arriscado mais no cover para Emerald
Para
fãs de: Testament, Megadeth, Annihilator
Classifique como: Thrash Metal
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