terça-feira, 18 de abril de 2017

Overkill – The Grinding Wheel (Cd-2017)

Overkill - The Grinding Wheel (Cd-2017)

Máquina de Moer Tímpanos!
Por Trevas

Prólogo – Bastardos em Ação

Uma das bandas de Thrash de produção mais constante da cena Estadunidense, o Overkill bateu na trave do mainstream em meados dos anos 1990, quando figurou com algum destaque no cast da Atlantic Records. Talvez uma das primeiras bandas pesadas a apostar em uma proposta mais grooveada em meio à velocidade habitual do thrash, seu som provavelmente falhou ao alçar maiores voos por conta da voz esganiçada e visceral do elétrico Bobby Blitz. Ainda que o sucesso comercial nunca tenha chegado, a banda manteve sua integridade, lançando uma penca de grandes discos, inclusive em tempos recentes (vide as pedradas IronBound, White Devil Armory e Killbox XIII).


O 19º Disco

Mas por mais que eu sempre tenha sido fã da banda e conheça o padrão de qualidade de sua discografia, nada me preparou para o que eu encontraria em seu 19º disco de estúdio.
Mean Green Killing Machine (ver vídeo), título que parece saído de propagando de Grill do George Foreman é uma faixa de abertura arrasa quarteirões. De primeira já dá para perceber o esmero na produção, capitaneada pela própria banda, e na fantástica mixagem pelo mago Andy Sneap.


O mais legal da música do Overkill é a mistura que a banda consegue fazer de seu Thrash vigoroso e repleto de groove (cortesia do baixo pulsante de DD Verni) com pitadas de punk rock e até mesmo Hard, como na deliciosa Goddamn Trouble (ver vídeo). E cara, como as guitarras de Dave Linski e Derek Tailer estão soando afiadas!


Nem deu tempo de recuperar minimamente o fôlego e já temos a praticamente perfeita Finest Hour (ver vídeo), que mescla sangue nos olhos, a bateria britadeira do monstruoso Ron Lipnicki e melodias vocais para lá de inspiradas.



A faixa seguinte, Shine On (ver vídeo), tem DD Verni nas alturas na mixagem e boas passagens, mas é a primeira faixa não excelente no disquinho. Mas a épica The Long Road, com mais riffs e solos inspirados por minuto do que a discografia do Metallica nas últimas décadas vem para retomar a qualidade do trabalho. Veja bem, se você nunca gostou da voz de Bobby Blitz, não vai ser agora que irá mudar de ideia. Mas se você já é fã, vai ficar surpreso com a qualidade das linhas melódicas que o coroa ainda produz.


Lets All Go To Hades é apenas divertida, e começa com um riff que bem poderia ornar uma música nova do Candlemass, mas deve funcionar que é uma maravilha ao vivo. Come Heavy é outra que deve um pouco à cena Doom/Sludge, metralhando riffs inspirados e um vocal contagiante em seus poucos mais de quatro minutos.

Bobby e seu bigodinho Troo - Overkill 2017
Red White and Blue é toda velocidade, começando como uma trauletada semi-punk, mas falhando em alçar maiores voos diante do alto padrão de suas inspiradíssimas irmãs. The Wheel, mantém a toada feroz, mas a cereja do bolo fica mesmo para o final, com a estonteante faixa título, um mastodonte épico de quase oito minutos de duração e que tem tudo para se tornar um novo clássico da banda. A edição nacional, em belo digipack, ainda inclui uma boa, ainda que respeitosa demais, rendição para Emerald, clássico do Thin Lizzy.


Saldo Final

The Grinding Wheel é um tapa na cara de quem associa a falta de qualidade dos lançamentos recentes de algumas bandas grandes de metal com seu longo tempo de estrada. Com 37 anos nas costas, o Overkill nos presenteia com um de seus mais vigorosos e melhores trabalhos. Sério candidato a melhor disco de 2017!!


NOTA: 9,31


Pontos positivos: ótimas músicas com produção caprichada
Pontos negativos: podiam ter arriscado mais no cover para Emerald 
Para fãs de: Testament, Megadeth, Annihilator
Classifique como: Thrash Metal