Curtas: Soilwork e Satan
Soilwork - The Living Infinite |
Soilwork
– The Living Infinite (2CD – 2013)
Pretensão Premiada
Considerado um dos artífices do famigerado Gothemburg Sound, o Soilwork viveu seu ápice criativo em
seus álbuns Natural Born Chaos (de
2002) e Figure Number Five (2003),
sendo esse último um grande sucesso comercial. Seu diferencial em relação a
outras tantas bandas suecas de Death
Metal Melódico se deve basicamente pela maior infusão de influências de
outros subestilos do rock em eu som, além da presença de um vocalista muito acima
da média, sob a figura de Björn “Speed”
Strid.
Manter o Soilwork de pé custou caro ao escalpo de Björn |
Mas uma das grandes
promessas do metal no início dos anos 2000 viu sua carreira ratear perante
mudanças de formação constantes, além de uma tentativa infrutífera em trilhar o
mesmo caminho do In Flames em
deixar-se influenciar pelo sucesso do New
Metal. Vieram então o fraco Stabbing
The Drama (2005, fracasso de crítica mas ainda um certo sucesso comercial) e
o confuso Sworn To A Great Divide
(2007), que minaram tanto o nome da banda que até mesmo o bom The Panic Broadcast (2010) passou desapercebido.
Em viés de baixa e novamente perdendo seu principal compositor (Peter Wichers deixou a banda pela
segunda vez em 2012), o Soilwork surpreendeu
a todos com o anúncio de um disco duplo. Segundo Bjorn Strid: “quando anunciamos a saída de Peter, todos pareceram pensar que seria nosso fim e que o próximo
trabalho seria um Sworn To A Great
Divide – tínhamos que provar ao mundo que seríamos capazes de fazer um
grande trabalho, e quando terminamos de compor, ficou claro que seria
impossível escolher material para apenas um disco.” Seria mera pretensão ou
estaria o Soilwork com uma
obra-prima em mãos?
Soilwork 2013 |
Bem, precisei de meia
dúzia de audições, mas posso garantir que estamos diante da segunda opção. Com
seu Death metal melódico permeado
por um ligeiro clima progressivo, o Soilwork
apresentou em The Living Infinite
uma coleção de 20 músicas impecáveis, divididas em dois discos e pouco mais de
80 minutos tão agradáveis que parecem durar muito menos tempo. No disco 1,
podemos destacar This Momentary Bliss,
Tongue, Vesta, a faixa título e The
Windswept Mercy (que conta com os vocais de Justin Sullivan, do New
Model Army). O senso melódico é tão grande, em especial nos refrãos, que
não fosse o peso as músicas poderiam conquistar até os fãs de pop rock
oitentista. Cortesia da perícia de Björn
como vocalista e de David Andersson,
substituto de Peter Wichers tanto
nas guitarras como no papel de compositor.
E o segundo disco
definitivamente não deixa o nível cair, o que fica evidente pela escolha de
duas de suas faixas como músicas de trabalho, Long Live The Misanthrope e Rise
Above The Sentiment (ver vídeo). Embora o material seja todo excelente,
destacaria ainda Parasite Blues e o
encerramento quase doom com Owls
Predict, Oracles Stand Guard.
Saldo Final
Bendita
seja a pretensão de Strid e sua
turma, não estamos diante somente de um dos melhores lançamentos de 2013, mas
também do melhor e mais completo álbum do Soilwork.
Altamente recomendado!
NOTA:
10
Ficha
Técnica:
Banda
(Nacionalidade): Soilwork (SUE)
Título
(ano de lançamento): The Living Infinite (2013)
Mídia:
CD Duplo
Gravadora:
Nuclear Blast (lançamento nacional pela Laser Company)
Faixas:
20
Duração:
84’
Rotule
como: Melodic Death Metal, Gothemburg Sound
Indicado
para: fãs de Death metal Melódico e de prog metal em sua vertente menos
exagerada.
Passe
longe se: a mistura de vocais urrados e melódicos lhe soar indigesta.
Satan - Life Sentence |
Satan – Life Sentence (CD - 2013)
Um Fóssil Vivo da NWOBHM
Nome forte e som idem, o Satan seguiu o caminho de boa parte das bandas da New Wave of British Heavy Metal,
passando de grande promessa ao ostracismo num piscar de olhos. Após forjar um
dos mais influentes discos daquela cena, Court
In The Act, um álbum pesado cujo brilhantismo foi em muito prejudicado pela
produção pobre, a banda sucumbiu às reações negativas ao seu nome. Tentando fugir
da polêmica, acabou mudando a marca para Blind
Fury, novamente para Satan, The Kindred e Pariah. A instabilidade no nome e as constantes mudanças de
integrantes jogaram contra e sem nunca ter obtido o devido destaque, o Satan encerrou atividades, com dois de
seus membros (Graeme English e Steve Ramsey) montando o Skyclad, banda pioneira da nascente
cena do Folk Metal.
Satan no início dos anos 1980 - beleza não põe a mesa |
O interesse pela obra
do Satan (soou sombrio isso, não? hehe)
ressurgiu ao final dos anos 1990, com o Blind
Guardian (o mais bem sucedido produto alemão da moda Power metal que
assolou aquela década) gravando um cover bastante bom para Trial By Fire, de Court In
The Act. Após uma breve aparição para shows em 2004, a banda remontou sua formação
original em 2011. Seguiu-se uma longa e surpreendentemente bem sucedida turnê, e
então o Satan decidiu que era hora de
retornar ao estúdio. A intenção era clara: lançar ao mundo o sucessor direto de
Court In The Act.
Satan 2013 - ainda bonitões |
Com produção da
própria banda e mixagem por conta do italiano Dario Mollo (guitarrista do Voodoo
Hill e Tony Martin e grande fã
do Satan), Life Sentence cumpre o que promete. O som é cru, pesado e remete tanto
estilisticamente quanto em termos de produção ao som do metal inglês do início
dos anos 1980, com a pitada de velocidade que fez com que o Satan fosse considerado um grupo de
proto-thrash dando as caras. Até mesmo a arte de capa remete ao clássico de
1983. As guitarras de abertura de Time
To Die (cortesia de Steve Ramsey
e Russ Tippings) são um presente dos
deuses aos fãs da NWOBHM e a voz de Brian Ross soa tão bem quanto jamais
soou.
Twenty Twenty Five, Siege
Mentality e Cenotaph seguem
arregaçando e é quase impossível não se sentir dentro de uma máquina do tempo
musical, tamanha a fidelidade de tudo aqui em relação aos anos 1980. Claro que
todo esse saudosismo poderia soar artificial e até mesmo ridículo, mas a
qualidade do material é tamanha que nem por um minuto passa pela cabeça do
ouvinte duvidar da honestidade do disco. Incantations,
Testimony e Tears Of Blood vêm como numa torrente de sangue e sem dar tempo
para respirar. A faixa título, longe de ser ruim, talvez seja o menos
interessante por aqui, mas o Satan
só tira mesmo o pé do acelerador no início da faixa de encerramento, a épica e
lúgrube Another Universe, uma música
excelente coroando um trabalho de igual qualidade.
Saldo Final
A
fúria old school presente em Life Sentence deve conquistar uma nova
penca de interessados no Satan e
mais provavelmente fará a valha guarda do metal chorar de alegria. Life Sentence soa deliciosamente
datado. Um dos grandes discos de 2013, com certeza!
NOTA:
9
Ficha
Técnica:
Banda
(Nacionalidade): Satan (ING)
Título
(ano de lançamento): Life Sentence (2013)
Mídia:
CD
Gravadora:
Listeneable Records (importado)
Faixas:
10
Duração:
44’
Rotule
como: Heavy Metal
Indicado
para: fãs de Metal Tradicional, de Thrash Metal Antigo e da NWOBHM
Passe
longe se: sua praia for metal mais moderno.
Trevolino, serei econômico hoje:
ResponderExcluir(1) Não vou falar do Soilwork, porque não conheço nada deles. E, com tantos altos e baixos, não me apetece muito conhecer...
(2) Quanto ao Satan, eles deveriam ter ligado o F*****-SE há muito tempo (desde o início, para ser mais preciso). Sempre foram um "ponto fora da curva" dentro daquela constelação da NWOBHM. Bom saber que estão de volta! Vou procurar o play deles!
Jundas.
krillzótico, lá vai:
Excluir1. Toda banda com mais de 10 anos de carreira terá altos e baixos (a não ser pros fanáticos pela dita banda). O Soilwork vale uma conferida, comece pelo Natural Born Chaos ou esse aí de cima.
2. Procure sim, é fodão e bem old school, aposto que vc vai gostar.
abraço
T