segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

King Diamond – Songs For The Dead Live (Box Set – 2019)




Capirotagem Em Alta definição
Por Trevas

Chega a ser difícil acreditar que um artista tão reconhecido pelo apelo visual de suas apresentações ao vivo nunca tenha lançado um Home Video em sua extensa carreira. Pois é, mas esse é caso do dinamarquês King Diamond, que pretende tirar o atraso com esse Songs For The Dead, que nos traz duas apresentações completas, uma em ambiente fechado e outra num festival, focadas em sua para lá de bem-sucedida turnê de retorno após um infarto que quase lhe levou mais cedo para o colo do capeta.

O Box e suas guloseimas 
Apresentação

Songs For The Dead vem em uma penca de formatos: DVD duplo + Cd; Blu Ray e um opulento Box Set. E é justamente o Box Set que analisaremos aqui na Cripta. O mesmo compreende a soma das edições em DVD duplo (mesmo conteúdo do BD) + CD, Blu-Ray e um CD bônus (com o áudio do show do Graspop). Isso tudo em um pacote cheio de delícias para colecionadores. São elas: uma réplica do Set List do Graspop assinado (uma pena que o “autógrafo” é impresso); uma réplica do cartaz do show; um pôster da turnê; dois stage passes e uma palheta. Tudo embalado numa caixa de papelão que emula um case de instrumento musical. Um pacote belo e caprichado, que pode ser visto em detalhes no Unboxing que fiz no vídeo abaixo.



Áudio e Vídeo

Todo o cuidado com a apresentação de nada serviria se não fosse acompanhado de igual esmero nas imagens e no som. Para nossa sorte, os shows foram captados em altíssima definição, com tomadas e edição criativas que só engrandecem a por si só já impressionante produção de palco. E as performances individuais da agitada banda também não escapam do olho mecânico sagaz. E isso sem deixar de lado as imagens da galera ensandecida, sempre instigada pela presença de palco hipnótica do carismático Rei Diamante. O Som? Tão impressionante quanto esperaria o mais otimista dos fãs. E a qualidade sonora também está excelente nos Cds, o que é ainda mais raro.


Os Shows – Performances e Set List

Olha, realmente fica difícil acreditar que o Rei esteja com 60 anos nesses shows. Já tive a oportunidade de ver o Dinamarquês ao vivo duas décadas atrás e a performance dele naquela noite não se equipara ao que vemos nos dois shows aqui presentes, a perfeição é tamanha que logo apostaria em toneladas de overdubs. Mas basta buscar outros shows gravados não oficialmente dessa turnê para entender que, seja lá o que a experiência de quase morte trouxe na cachola do maluco, essa epifania fez um bem danado para sua performance. Contando apenas com a ajuda da esposa e cantora Livia Zita, ele destrói, e nenhuma música fica aquém de sua contraparte de estúdio.


E não é só o patrão que está na ponta dos cascos, não. Andy La Rocque e Mike Wead formam uma dupla de guitarras forjada nas profundezas do inferno. E a cozinha composta por Pontus Egberg e Matt Thompson (que rolo compressor é esse cara!) parece tocar por telepatia. Sem tempo para respirar, as músicas se seguem e os caras agitam bastante, como se conhecessem cada uma das notas desde 789 encarnações passadas.


O repertório se repete nas duas apresentações, com uma ou outra mudança de ordem. A primeira parte do show traz um apanhado da carreira do tio Diamante, com dois números do Mercyful Fate, a segunda metade centrada na execução integral de seu disco mais famoso: Abigail. Apesar das reclamações dos fãs mais ardorosos, que gostariam de ver todos os discos representados, é indiscutível que o resultado final funcionou monstruosamente bem! E apesar dos repertórios gêmeos, a ambiência diferente dos dois shows justificam a dobradinha. Apesar do público maior no Graspop, a atmosfera fica ainda mais legal no mais intimista Phillmore. Se há realmente algo que poderia causar alguma reclamação mais justa, é a ausência de making off, entrevistas ou qualquer outro extra.



Veredito da Cripta

Alta definição de imagens, grandes performances e uma sonoridade bem cuidada podem produzir grandes Home Videos. Mas existe um outro elemento, difícil de explicar, que eleva alguns desses registros de shows a um patamar ainda mais alto. Seria a atmosfera? Ou a interação entre público e banda? Ou uma noite particularmente inspirada dos músicos? Tudo isso junto? Não sei. Mas sei que esse Songs For The Dead tem exatamente esse algo mais, um bem-vindo elemento sobrenatural que faz desse ao vivo um clássico em potencial. Coloque para rodar com o volume no talo e perdoe King Diamond por ter demorado tanto tempo para nos entregar essa pérola! Obrigatório!


NOTA: 10


Gravadora: Metal Blade Records (importado)
Prós: produção visual impecável, som de primeira e grande performances
Contras: ausência de extras
Classifique como: Heavy Metal
Para Fãs de: Mercyful Fate



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