quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Curtas: Audrey Horne, Radio Moscow, At the Gates, Kobra And The Lotus



Curtas: Audrey Horne, Radio Moscow, At The Gates, Kobra And The Lotus

Pure Heavy
Audrey Horne – Pure Heavy (Cd-2014)

Os noruegueses do Audrey Horne deram uma guinada na carreira ao apostar nos elementos retrô, muito em voga na Escandinávia atualmente, no caprichadíssimo Youngblood, lançado em 2013. Gostei tanto do disco que o inclui na listagem de melhores daquele ano. Obviamente a expectativa para o sucessor da bolachinha adorada chegou à estratosfera para esse escriba aqui.

Audrey Horne 2014
Os elementos de retro-rock se fazem presentes desde o primeiro minuto e se Out Of The City evoca Thin Lizzy, High And Dry tem elementos de Iron Maiden em suas excelentes guitarras e Waiting For The Night parece composta por Paul Stanley para o Kiss. Mas a música mais forte de Pure Heavy é mesmo Volcano Girl, que se destacaria até mesmo no ótimo disco anterior. A edição limitada ainda inclui duas boas faixas bônus. Um disco bem legal e que tem em sua segunda metade um crescendo de qualidade, mas que empalidece um pouco se comparado a Youngblood.

NOTA: 7,5


Classifique como: Retro-rock, Classic Rock

Para Fãs de: Thin Lizzy, Foghat, Clutch


Magical Dirt
Radio Moscow – Magical Dirt (Cd-2014)

Banda criada para canalizar os talentos do multi-instrumentista Parker Griggs em emular o Heavy Rock com elementos psicodélicos típico do final dos anos 1960, a Radio Moscow conquistou respeito no underground ao redor do globo, muito por seguir a cartilha de décadas passadas, de tocar ao vivo em todos os lugares possíveis. Magical Dirt é o quinto disco da RM, que inclusive garantiu uma interminável e bem recebida turnê Brasileira, tendo tocado até mesmo aqui em Petrópolis (RJ).

Griggs (ao centro) e sua trupe
Parker Griggs é um mega guitarrista e mostra sua perícia nas 10 faixas de Magical Dirt, todas recheadas de riffs e solos fenomenais. Uma pena que seu talento nas seis cordas nem de longe se reflita nos vocais, cheios de maneirismos desnecessários e com linhas melódicas por vezes aquém dos ótimos riffs e solos. Não por acaso, a faixa cujo refrão se destaca das demais nas primeiras audições é justamente uma cover, a matadora Gypsy Fast Woman, do Brain Police, banda americana que durou apenas um disco nos idos de 1968.

Bom, mas nada nos impede de curtir os solos e riffs destruidores de Parker, muito bem acompanhado por uma cozinha inspirada. Além da cover, destacaria Stinging e Sweet Lil Thing desse bom Magical Dirt.

NOTA: 7


Classifique como: Retro-rock, Classic Rock, Blues Rock com elementos psicodélicos

Para Fãs de: Cream, Hendrix, Mountain


At War With Reality
At The Gates – At War With Reality

Poucos apostavam que o retorno dos pioneiros do Melodic Death Metal poderia dar certo. Quase vinte anos se passaram do lançamento de Slaughter Of the Soul e o som cru do At The Gates foi copiado tantas e tantas vezes que chega a ser impressionante que músicas como Death And the Labyrinth, The Circular Ruin e Heroes And Tombs, arquétipos dos primórdios do estilo, ainda possam ter tanto impacto nos dias de hoje. A voz crua de Tomas Lindberg mais se assemelha a um latido, mas casa perfeitamente com as linhas simples e muito inspiradas dos guitarristas Martin Larsson e Anders Björler

As areias do tempo em nada afetaram o At the Gates
A produção, ao encargo da própria banda, é precisa e deixou o disco pesado feito um trator. Ainda assim há um grande senso de dinâmica e as ótimas composições somadas a um trabalho gráfico belíssimo ajudam a mostrar que sim, o At The Gates continua relevante e atual, num disco obrigatório para os apreciadores do estilo.

NOTA:8,5


Classifique como: Melodic Death Metal

Para Fãs de: Soilwork, In Flames, Dark Tranquility


High Priestess
Kobra And The Lotus – High Priestess (Cd-2014)

Segundo tento dos canadenses após o apadrinhamento por parte de ninguém menos que Gene Simmons, High Priestess traz mudanças significativas em relação ao disco homônimo. A voz da líder Kobra Paige, poderosa e talhada por técnicas de canto lírico, aparece mais encorpada e num melhor casamento com o estilo da banda, um Power Metal na concepção americana (ver Iced Earth e Jag Panzer), com fortes elementos de metal tradicional.

Alguma dúvida do que chamou a atenção de Gene Simmons?
Aqui esses elementos tradicionais ganham força em oposição à modernidade do primeiro disco e High Priestess vem recheado de petardos como a faixa título, Warhorse, Soldier e Willow. Hold On traz um bem vindo ar de Hard rock à mistura e Lost In the Shadows e Battle Of Wrath vem nos lembrar de alguns elementos líricos que habitavam o lançamento anterior. Não se deixe enganar pela fraca primeira música de trabalho (I Am I Am), dessa vez Kobra e sua turma acertaram em cheio!

NOTA: 8


Classifique como: Heavy tradicional, Power Metal (americano)

Para Fãs de: Warlock, Sinergy, Judas Priest, Jag Panzer, Iced Earth

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Crobot – Something Supernatural (Cd-2014)



Something Empolgante!
Por Trevas
Nascido em 2011 na Pensilvânia, o Crobot faz um rock pesado e sujo que deve inspiração em iguais partes ao hard Rock americano de bandas como Aerosmith e ao Stoner de Monster Magnet e Clutch. Após chamar a atenção de crítica e selos especializados com seu primeiro ep, os malucos lançam seu full lenght debaixo de uma tremenda expectativa. A metodologia de composição da banda se resume a fumar uns baseados junto a umas cervejas e adentrar o estúdio para algumas jams. A produção de Machine (Clutch, Lamb Of God) procurou trabalhar bem a inspiração dos caboclos, casando a mesma com um som encorpado e moderno, e aqui temos a bolachinha.

Crobot Attack!
The Legend Of the Space Born Killer abre o disco fazendo justiça a uma das primeiras composições da banda, mas é a segunda faixa que começa a detonação, Nowhere to Hide é cheia de groove e tão grudenta quanto excelente, além e contar com um clipe para lá de engraçado (ver abaixo).


The Necromancer é a primeira faixa realmente inédita aqui, com ótimos riffs de Chris Bishop, levada contagiante por parte da cozinha dos irmãos Jacob e Paul Figueroa. Mas o destaque absoluto é o excelente vocalista Brandon Yeagley, que lembra um Myles Kennedy com menos DNA de pato e também manda uma harmônica encardida que engrandece o referido rockão. Brandon mostra que manda bem em ocasiões mais tranquilas no início da matadora La Mano De Lucifer (ver vídeo), que tem elementos bem dosados de space rock.


Skull of Geronimo (ver vídeo) é outra patada atômica repleta de groove e que traz alguns elementos que justificam a citação de Soundgarden como uma das influências do Crobot. Cloud Spiller traz um clima retro-rock com alguma semelhança com bandas como The Answer e Rival Sons.


A faixa Fly On The Wall (que sem eu refrão faz referência ao título do disco) é bacana, mas soa um pouco como mais do mesmo. Night Of The Sacrifice é deliciosamente funkeada e Chupacabra é uma das mais legais do disco. Wizards sofre do mal do “já ouvi essa antes”, e Queen Of The Light fecha a bolacha sob a forma de uma power balada inspirada que destaca a voz de Brandon.

Saldo Final

Something Supernatural é um disco frenético de rock muito bem tocado e com um punhado de grandes riffs, grandes vocais - e o mais importante - grandes composições. Uma estreia promissora que, aliada a proficiência do quarteto nos palcos, tem tudo para elevar o nome do Crobot a novos patamares.

NOTA: 8

Prós:
Músicas grudentas e cheias de groove com ótimos riffs e vocais.
Contras:
Algumas músicas do pacote soam bem parecidas.

Classifique como: hard rock, Retro-rock, Stoner

Para Fãs de: Monster Magnet, Clutch

Ficha Técnica
Banda: Crobot
Origem: EUA
Disco (ano): Something Supernatural (2014)
Mídia: CD
Lançamento: Wind Up Records (Importado)

Faixas (duração): CD  - 11 (42’).
Produção: Machine
Mixagem: Machine
Arte de Capa: Chris Bishop

Formação:
Brandon Yeagley – Voz e harmônica
Chris Bishop – Guitarra e voz;
Jacob Figueroa – baixo;
Paul Figueroa – bateria.