sábado, 21 de outubro de 2017

In Flames + Reckoning Hour – 2017 South American Tour - Circo Voador (20/10/2017 – Rio de Janeiro/RJ)

Flyer Digital do Show

Excelente Noite de Metal Moderno No Circo
Fotos, vídeos e texto por Trevas

Reckoning Hour – Melodeath made In Brazil!

Na ativa desde 2011, o quinteto carioca definitivamente foi uma ótima escolha para a abertura deste show. Com o palco ornado com o belo backdrop da banda, além de dois praticados laterais com arte gráfica correlata, o RH iniciou seu show pontualmente às 21:00, quando ainda havia pouco público. Mas o poderio do quinteto, que mostra em eu som uma espécie de compêndio de tudo o que já se fez (e se faz) de bom dentro do Melodic Death Metal, logo atraiu uma parcela bem razoável das pessoas que já se encontravam na casa para a pista. O vocalista JP tem um gutural poderosíssimo (realmente impressionante!) e ótima presença de palco (me parece que ainda há algo a evoluir nas linhas de voz limpas, mas nada que comprometa), e seguiu comandando as ações, mas extremamente bem assessorado por uma dupla de grandes guitarristas (Phil Leander e Lucas Brum) que atua de forma quase telepática. Some-se a isso uma cozinha para lá de poderosa (Johnny Kings e Cavi Montenegro, com seu baixo tão alto no mix que chegava a encobrir as guitarras) e ótimas músicas e temos uma das melhores bandas da nova geração que já vi ao vivo. Uma pena que o set durou apenas meia hora. Fui lá na banquinha e já garanti os dois lançamentos da RH (um Ep e um Full Length) e uma camisa. Sensacional. (NOTA:8,50)

Reckoning Hour ganhando novos fãs







In Flames – Tocando Para Amigos

O palco repentinamente toma nova forma, o backdrop gigante (e clean) dos suecos é o único cenário, afora a bateria...nada de parede de amps, tudo ligado em linha. E a banda sobe com dez minutos de atraso ao som de duas faixas do novo disco, o controverso Battles (e como essas músicas soaram melhores ao vivo, hein?). E controvérsia parece ser uma constante na carreira do In Flames, uma das bandas mais influentes e polarizadoras de seu tempo. A mudança do Melodic Death Metal tipicamente sueco para uma amálgama de heavy metal moderno que deve tanto a seu passado quanto ao Nu Metal e Pop ainda é motivo de muita rabugice na cena. Mas se você veio até aqui procurando alguém que alimente essa gasta polêmica, veio ao lugar errado. O In Flames de hoje é um monstro muito diferente, e pudera, a banda que vemos no palco traz somente dois membros originais (e dá até para discutir se realmente podem ser considerados “originais"): o guitarrista tigrado Björn Gelotte e o vocalista com cara de hipster do Leblon Anders Fridén. De resto, temos os novatos Bryce Paul (baixista) e Joe Rickard (bateria), além do já conhecido guitarrista Niclas Engelin. E cara, como esse novo monstro funciona bem.

In Flames deixando o Circo, ehr...em chamas?
O público, apenas razoável, ficou impressionado com a qualidade sonora da banda, que destilou uma penca de sons de seus discos mais recentes. Todas devidamente cantadas e agitadas pelos ávidos fãs, que a cada intervalo entoava um contagiante “olê, olê, olê, In Flames, In Flames”. A banda retribuía com muito dinamismo e energia, além de uma postura atípica. Anders interagia com todos sempre de maneira calma e jocosa, muito longe da postura fodão malvadão que muitos artistas do estilo destilam. Sempre bebendo ,ora cerveja ora um destilado que não consegui identificar, Anders ainda aproveitou a execução e um número instrumental para consumir um fumígero suspeito no backstage (visível de onde eu estava), seguido pelo seu companheiro Björn. Enfim, o clima era tão agradavelmente descompromissado e amistoso que em determinados momentos dava a impressão de estarmos assistindo a uma banda de amigos. E a prova de que o público da banda renovou seu gosto ficou latente ao percebermos que a dobradinha Moonshield/Jesters Dance (as únicas da fase MeloDeath executadas, se consideramos que Only for The Weak já representa uma fase de transição) teve recepção morna se comparada a músicas novas como The Truth e a derradeira The End. A reclamar, apenas uma certa queda de dinâmica das músicas do meio do set, mas a energia foi logo recuperada na reta final, com a casa vindo abaixo em números como Deliver Us e The Quiet Place. Um show matador! (NOTA:9,00)

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