domingo, 3 de setembro de 2017

Torture Squad + Hatefulmurder + Reckoning Hour + Warcursed - Planet Music - Rio de janeiro/RJ (18/08/17)

Flyer do Show

Olá, Guardiões da Cripta!

Mais um período de recesso não programado tomou conta deste Blog...

Mas como a gente tarda, mas não falha, setembro vem com uma avalanche de postagens!

A começar, nossos colaboradores e enVIADOS especiais, Freddy Krill e Claudia Sperotto conferiram uma noite arrasadora de Death Metal contando só com bandas brasucas, e vem aqui contar como foi!
Divirtam-se
Trevas


UMA NOITE DE DEATH METAL SUBURBANO

Texto: Freddy Krill.
Fotos: Claudia Speroto.


A noite de 18 de agosto passado ficará marcada como sendo aquela em que pude, finalmente, conferir ao vivo e a cores uma apresentação do Torture Squad. A veterana banda de SP, na ativa desde 1990, dividiu o palco do Planet Music, em Cascadura (subúrbio do RJ) com outras três bandas: a paraibana Warcursed e as cariocas Reckoning Hour e Hatefulmurder. As quatro estão realizando uma inédita turnê conjunta, que passará por 23 estados brasileiros, em 25 shows, ao longo de 31 dias! As quatro bandas viajam juntas em um tour bus, num formato que funciona na Europa e nos Estados Unidos há anos, mas é inédito no país. No ônibus vão não apenas as bandas, equipes e instrumentos, mas muito sangue nos olhos e garra para promover seus mais recentes trabalhos, que incluem os recém lançados “Stages Of Death” do Warcursed, “Red Eyes” do Hatefulmurder e “Far Beyond Existence” do Torture Squad. Mas calma, que até chegarmos lá, muita coisa ainda há por ser dita...

(1)       Sobre a casa: Não conhecia a NOVA Planet Music (muito menos a “velha”), conforme indicado logo na entrada. A abertura das portas (marcada para as 21h) deu aquela atrasada de praxe, mas nada que incomodasse. Ao adentrar o recinto, a ordem foi reconhecer o local e identificar os melhores pontos para ver os shows: para este escriba, já meio rodado, o ambiente me pareceu algo mesclado entre o finado Garage e o Teatro Odisseia. Segundo sua página no Facebook (https://www.facebook.com/planetmusicrj/), a casa passou por recentes reformas, que melhoraram principalmente o sistema de som. E, de fato, o som mecânico estava bom, alto e bastante audível, sem embolar. Bom prenúncio! As bandas tinham suas bancas para venda de CDs, camisas e demais produtos oficiais, a preços bastante interessantes, e seus membros circulavam com desenvoltura entre os presentes, tirando fotos e distribuindo autógrafos com muita simpatia e nenhum estrelismo, algo infelizmente comum para certos artistas inseridos na cena...


Sperotto e Krill: os repórteres de campo da Cripta!
(1)       Sobre os shows:

1.         Warcursed: Faltava pouco para as 23h quando a banda, diretamente da Paraíba, finalizou os acertos de som e começou sua apresentação. Na ativa desde 2004 (quando iniciou os trabalhos como banda cover de Megadeth), têm uma turnê europeia na bagagem e shows conjuntos com medalhões do metal e hardcore brasileiros, como Ratos de Porão e Sepultura. Esta era a única banda totalmente desconhecida por mim. De acordo com seu site oficial (http://warcursed.com/site/), a line-up atual é composta por Luciano Miranda (Vocal/Baixo), Richard Senko (Guitarra), Eduardo Victor (Guitarra) e Marsell Senko (Bateria). Contudo, quem cantou foi um guitarrista. Por serem “estranhos”, não tenho como identificá-los... Sua discografia conta com três álbuns: “Escape From Nightmare” (2012), “The Last March” (2014) e “Stages Of Death” (2017), que teve o maior número de músicas apresentadas em um set curto (de cerca de 45 minutos), mas que agitou bastante o público (ainda reduzido), com algumas rodas sendo timidamente ensaiadas... Apostam num death metal melódico, priorizando a técnica, sem abrir mão do peso e agressividade característicos do estilo. Vale muito à pena uma conferida mais atenta em seu trabalho. Além disso, é ótimo ver bandas de metal extremo formadas fora do eixo RJ-SP! Ganham nota 8,5 com louvor!



Warcursed

2.         Reckoning Hour: A primeira (e única) vez em que os tinha visto fora no Festival Hell in Rio, sob um dilúvio de cachorro beber água em pé! Claro que daquela vez isso espantou o pequeníssimo público (não eu, que não sou feito de açúcar...) e atrapalhou o show. Mas agora seria muito diferente... O quinteto do RJ, originado em 2012 e formado por JP (vocal), Philip Leander & Lucas Brum (guitarras), Johnny Kings (bateria) e Cavi Montenegro (baixo) soa como um “ponto fora da curva” no estilo death metal, já que não usa dos tradicionais vocais guturais, tão característicos. Ao contrário, abusa de muita técnica, riffs quebrados e vocais limpos e melódicos. Mas é death metal, certo? Claro! Então tem aquela agressividade que identifica o estilo, com certeza! Por volta de 00:05h iniciaram seu show, baseado em seus lançamentos “Rise Of The Fallen” (EP 2013) e o full-lengthBetween Death And Courage” (2016). Tocaram por cerca de 45 minutos, para um público maior e mais insano, com diversos mosh-pits sendo abertos ao longo de sua apresentação. Recomendo que você, leitor, caso ainda não os conheça, corra atrás de seu trabalho e shows (de acordo com sua página do Facebook: https://www.facebook.com/reckoninghour/, vão se apresentar no Odisseia em 14 de outubro próximo). A nota para seu show fica num honesto 9,0!

Reckoning Hour

3.         Hatefulmurder: Iniciaram seu set por volta de 1:05h. Essa foi minha terceira apresentação, depois do Hell in Rio e do Teatro Odisseia (abrindo para o saravá metal do Gangrena Gasosa) e, de longe, a melhor delas! Cada vez mais coesos e precisos, Angélica Burns (voz), Renan Campos (guitarra), Felipe Modesto (baixo) e Thomás Martin (bateria) fazem do Hatefulmurder uma das bandas mais agressivas do cenário death metal brazuca! Os guturais da bela ruiva Angélica são assustadores! – ainda mais que logo depois ela está falando normalmente, com uma voz calma e melodiosa (COMO ELA FAZ ISSO?) – aliados ao duo de guitarra e baixo que sustentam as músicas sem cansar. Quanto ao batera, um caso à parte! Fuja daquela visão estereotipada de bateristas que parecem gorilas bombados. Ele é magro, mas senta a marreta “dicumforça”, como diria um velho camarada... Apresentando seu novo CD “Red Eyes” (RECOMENDO!), tocaram por cerca de uma hora, sem piedade! A quantidade de pessoas na pista usando camisas da banda dá a mostra de quanto estão conquistando novos – e velhos – fãs! E não é pra menos: o show é violento, direto e sem concessões! Rodas bem intensas se abriram ao longo do show, que durou pouco mais de uma hora. Não perca a chance de vê-los ao vivo! Nota 9,5.


Hatefulmurder




4.         Torture Squad: Chegamos então à “cereja do bolo”... Soube da existência da banda através do extinto “MusiKaos” da TV Cultura (apresentado por Gastão Moreira), em uma apresentação demolidora, lá por volta de 2000/2001. Desde então, aquela vontade de ver um show deles. Em 2012, perderam o vocalista de longa data (Vitor Rodrigues). Daí viraram um trio, lançaram um CD (fraco) em português, logo após o guitarrista/vocalista André Evaristo saiu e ficou a dúvida: resistiriam? A resposta veio com o recrutamento de dois novos membros: Mayara “Undead” Puertas (voz, ex-Necromesis) e Rene Simionato (guitarra, ex-Em Ruínas e Guillotine). E, meus amigos, o que dizer? Uma banda BRUTAL se refez, emergindo das aparentes cinzas para seu absoluto lugar de destaque na cena metálica nacional! Aliados à nova dupla, os membros de longa data Castor (baixo) e o rolo compressor Amilcar Christófaro (bateria). Por volta de 2:30h iniciaram o massacre, impiedoso e brutal, divulgando seu novo CD “Far Beyond Existence”. Não há dúvida de que os guturais assustadores de Mayara são um caso à parte (e, de novo, logo depois ela fala calma, pausadamente e com voz doce, como se despejar aquela sequência de urros fosse algo natural... – COMO ELA FAZ ISSO?, parte 2). Como este era o show que estava seco por ver, colei no palco (os outros assisti do balcão, confortavelmente sentado – sim, estou velho para essas coisas de show de metal...) e pude ver uma apresentação soberba, com DEZ... NOTA DEZ! Cada pedrada melhor que a outra! Por volta das 4h terminou o arregaço, e fomos embora exaustos, mas absolutamente certos de que participamos não apenas de uma celebração death metal, mas da reafirmação de que o Rio tem SIM uma cena metal forte e participativa, especialmente no subúrbio!

Torture Squad
P.S.: Não tenho como listar as músicas apresentadas nos quatro shows. Aliado ao fato de que os set-lists não foram divulgados, não consigo identificar (com todo o respeito às bandas, estilo e fãs troo-die-hard) os títulos naqueles montes de “uuuuuurrrrrgggghhhssssss”, “uuuuaaaahhhhhsss” e congêneres...
That’s all, folks!
Thanx, Don Trevas!
Freddy Krill
























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