sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Angel Witch – Angel Of Light (CD-2019)



Luz No Fim Do Túnel
Por Trevas

Com 43 anos de carreira, estamos apenas no quinto disco de estúdio da lenda Cult da NWOBHM chamada Angel Witch.  Na verdade, a carreira da banda só não é mais prolífica em “idas e vindas” do que em mudanças de formação. Praticamente um veículo para a criatividade do errático vocalista/guitarrista Kevin Heybourne, o Angel Witch não lançava um disco de inéditas desde 2012, quando o razoável As Above, So Below quebrou um silêncio de 26 anos. Para bem da verdade, os bangers mais puristas podem xingar à vontade, mas os caras são praticamente uma versão Heavy Metal para o termo “One Hit Wonder”, muito usado no mundo Pop. Então, afora a belíssima arte de capa de Adam Burke, confesso que não esperava encontrar nada fenomenal aqui.


Kevin e seus figurantes de filme de pirata
Mas como eu estava enganado. Don’t Turn Your Back parece saída diretamente do clássico disco homônimo do quarteto. Com a diferença que a produção de James Atkinson (responsável pela belezura Sojourn, do Wytch Hazel) encontrou um belo meio do caminho entre o respeito à sonoridade da NWOBHM com um punch mais moderno.


Death From Adromeda reitera a impressão e que a banda está fervilhando em relação aos riffs e solos (cortesia do patrão e de Jimmy Martin). Outra faixa que não faria feio em um hipotético sucessor do trabalho de estreia. Mas também há de se salientar dois fatos: o primeiro, Kevin Heybourne está com a voz titubeante e chorosa, parecendo que vai desafinar a qualquer momento. O segundo fato é que Kevin sempre foi um vocalista muquirana, então se você é fã da banda, provavelmente não irá se importar com isso. A favor? As melodias são bem legais, com ótimos refrães que grudam de imediato, como na ótima We Are Damned, por exemplo.


Como diferencial do Angel Witch em relação a seus contemporâneos, há sempre um forte toque melancólico permeando todo o disco. Como ápice dessa melancolia, temos a quase Doom balada The Night Is Calling, que ainda conta com reviravolta instrumental que remete aos bons tempos do Black Sabbath, com ótima sonoridade na bateria de Fredrik Jansson-Punkka. Condemned segue o baile, e tem uma pegada bem enérgica, algo que faltou ao disco de retorno, mantendo uma impressionante sequência de ótimas faixas.


A reta final perde um pouco do poder de fogo do disco, não que as faixas soem mais calmas, apenas não tem aquele “algo a mais” que sobrou no assalto inicial. Direto e certeiro, Angel Of Light pode ser a luz (oops) que faltava para o Angel Witch enfim engrenar e, quem sabe, construir uma reputação que faça justiça ao status de lenda que o quarteto ganhou exclusivamente por conta de seu excelente debut. Imperdível (NOTA: 9,03)

Visite o The Metal Club
Gravadora: Hellion Records (nacional)
Prós: ótimos riffs e solos, aura NWOBHM intacta mas com toques modernos
Contras: Kevin continua um vocalista murcho
Classifique como: Heavy Metal
Para Fãs de: Qualquer banda da NWOBHM



2 comentários:

  1. Um disco bem bom. Tem suas bolas fora mas, no geral, agradou.

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    Respostas
    1. Krill
      Curti muito, e não curto nada deles fora o clássico da estreia
      Abraço
      T

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