sábado, 6 de julho de 2019

Journey – Live In Japan 2017 (Blu-ray + 2CDs)



Escapando Para A Fronteira Com Estilo
Por Trevas

Gravado no mítico Budokan dois anos atrás, o novo ao vivo dos veteranos máximos do AOR estadunidense traz como grande atrativo a reprodução integral de dois dos maiores discos da banda: Escape e Frontiers. Lançado em formatos diferentes, a edição aqui analisada é a que inclui o show em Blu-Ray e traz os dois CDs, com mesmíssimo repertório.


Imagem e Som

Como habitual para os padrões do mala inveterado e perfeccionista assumido Neal Schon, o produto lançado é dotado de enorme esmero técnico: som perfeito e imagem cristalina. A edição não é daquelas frenéticas que dão a impressão de videoclipe gigante, os ângulos das tomadas são bacanas e não ficam monopolizados em um ou dois dos músicos. O som nos CDs também é excelente.



Banda e Repertório

As performances são tão perfeitas quanto a qualidade técnica, mas isso é de se esperar, faz parte da mitologia Journeyana. A formação é o mais perto da clássica que podemos esperar: o patrão Schon, cercado dos comparsas Jonathan Cain (teclados), Ross Valory (baixo) e Steve Smith (bateria). Na voz, a grande diferença, o filipino Arnel Pineda já não é exatamente uma novidade, mas agora o cinquentão espoleta (que parece ter somente uns 30 anos) já precisa que a banda adapte o tom das músicas (um tom abaixo, acho) para que ele sobreviva às mais de duas horas de show segurando notas estratosféricas em sons difíceis para qualquer mortal.


Mas o estranhamento não deve superar os primeiros minutos da abertura, com Don’t Stop Believing. Arnel canta barbaramente e continua quicando pelo palco, para desespero do patrão. Adicionalmente, o tecladista de aluguel (que aparece aqui e acolá nas vezes em que Cain abandona seu posto para fazer a segunda guitarra) Travis Thibodaux ainda empresta seu gogó em Lay It Down, Frontiers e After The Fall, para descanso do gnomo filipino. Sobre o repertório, quem espera cinicamente por uma burocrática execução fotocopiada dos discos originais, terá uma grande surpresa: as músicas são apresentadas com muito feeling, e com adições que nunca soam gratuitas. Temos também interlúdios instrumentais e os solos de Schon, Cain e Smith, somente esse último podendo ser chamado de dispensável. De bis para uma noite memorável, extensas versões para La Raza Del Sol e Loving’ Touchin’ Squeezin’. De “negativo”, somente o clima tranquilo demais da comportada plateia nipônica.



Veredito da Cripta

Live In Japan 2017 soa melhor do que a soma das partes (Escape + Frontiers), e não estranhe se encontrar por aí algum fã que o chame de registro definitivo do Journey em vídeo. Excelente.


NOTA: 10


Gravadora: Eagle Vision/Universal (importado)
Prós: Show extenso e excelente
Contras: somente a calmaria habitual do Budokan
Classifique como: AOR
Para Fãs de: Foreigner, Toto



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