segunda-feira, 15 de julho de 2019

Týr – Hel (CD-2019)



Fúria Faroense  
Por Trevas

Tão difícil quanto tentar puxar pela memória alguma outra banda de Rock vinda das Ilhas Faroe é definir exatamente a sonoridade do Týr. Geralmente citado como parte da cena Folk Metal, o fato é que de disco em disco a popularidade do quarteto foi se expandindo, e após uma bem-sucedida incursão nos cobiçados festivais de verão Europeu, finalmente temos em mãos o oitavo rebento dos caras, Hel.

Registro feito numa sauna gay Faroense?
Gates Of Hel faz as vezes de abertura. A sonoridade, pesada (dessa vez temos até guturais), trabalhada e cristalina, nem de longe faz lembrar os pares da cena Folk. Com melodias intrincadas e grudentas e grande proficiência técnica, remete bastante o auge da fase técnica do Rage. Mais precisamente a discos como Soundchaser e Unity. Só que com toques épicos e um tempero próprio difícil de explicar. Talvez o fato de algumas das canções (e letras) serem adaptações metalizadas de músicas tradicionais faroesas explique um pouco esse “ar diferente”. Vai saber.


All Heroes Fall segue a toada Power com pitadas Progressivas e melodias grudentas. O baixo de Gunnar Thomsen (que também divide os vocais) com excelente espaço na mixagem, achando criativamente seu espaço entre as guitarras virtuosas (mas bem metal) do patrão (e vocalista) Heri Joensen e Terji Skibenæs. O baterista estreante Tadeusz Rieckmann faz seu papel com louvor, e a produção, quase toda realizada em estúdios caseiros, impressiona. Tudo soa com muita pressão e beleza.




A língua natal, sempre presente nos discos da banda, dessa vez dá as caras somente nas baladas. A primeira delas, a exuberante Ragnars Kvæõi, agora sim mostrando o propalado lado Folk dos faroeses, prova que a escolha foi para lá de certeira.


E mesmo em momentos onde o Power Metal praticado pelo quarteto arrisca trilhar por demasiado a “Estrada Genérica”, o cuidado com as melodias e com as inúmeras e para lá de bem-feitas convenções instrumentais e solos salvam o dia, como em Garmr, Downhill Drunk, Fire And Flame e Far From The Worries Of The World. E as épicas Sunset Shore, King Of Time e Empire Of The North e a Folk Álvur Kongur ajudam a variar um pouco o cardápio num trabalho longo e para lá de homogêneo.



Veredito da Cripta

Manter o interesse do ouvinte por 70 minutos em um disco de estúdio é tarefa árdua para qualquer banda de qualquer porte e estilo. E confesso que não costumo gostar de discos longos. Mas eis que em Hel os Faroeses conseguiram não só passar nesse teste como também produzir um dos trabalhos mais bacanas de Power Metal de 2019.


NOTA: 8,77

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Gravadora: Urubuz Records (nacional)
Prós: Som cristalino, músicas intrincadas e grudentas
Contras: um disco bem longo.
Classifique como: Power Metal com elementos de Prog e Folk
Para Fãs de: Rage, Blind Guardian, Amorphis


2 comentários:

  1. Eu nunca tinha dado atenção a essa banda justamente por conta da coisa do folk metal, também muito pela temática (que acho meio boba, infantiloide, sei lá... tipo, prefiro livros, filmes e séries sobre o tema, sacumé?) e por não curtir o tal do "épico" quando relacionado ao metal. Tem também a citada "Estrada Genérica" em que o gênero é um verdadeiro saco de gatos.
    Pois bem, gostei das músicas que você postou aqui e despertou minha curiosidade, mesmo ficando com um pé atrás por conta do pezão que enfiam no power metal.
    De qualquer maneira, valeu por mais essa, caro bugio trevoso>
    Abração!!
    ML

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    Respostas
    1. fala camarada!
      Tenho tentado ouvir mais e me guiar menos pelas minhas pré-concepções em relação à algumas bandas e/ou estilos. E isso tem me rendido gratas surpresas.
      Sobre o Týr eu realmente nem sabia bem o que esperar, mas peguei carona com um amigo e estava rolando um som dos caras. Achei bacana e resolvi parar para ouvir o disco que havia recém saído. Curti.
      Abraço
      T

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