quarta-feira, 16 de março de 2016

The Temperance Movement – White Bear (Cd-2016)

The Temperance Movement - White Bear (Cd-2016)
Urso Branco Abstêmio Sacode O Esqueleto
Por Trevas

Prólogo: beba com moderação

Bom, geralmente começo minhas resenhas sobre um disco falando um pouco sobre a história da banda. No caso do Temperance Movement, não há muito a falar. A banda teve início nos idos de 2011, quando o vocalista escocês Phil Campbell (não, não é o galês do Motörhead) se juntou aos guitarristas Luke Potashnick e Paul Sayer. Logo encontraram sua cozinha no ex-baixista do Jamiroquai Nick Fyffe e no baterista australiano Damon Wilson. Todos fissurados pela sonoridade do rock e R&B do final dos anos 1960/início dos anos 1970, acordaram trilhar esse caminho. O nome da banda, esquisito e complicado de falar para os tupiniquins aqui, é uma irônica referência a um movimento de origem nos idos de 1820, que apregoava o combate ao uso de bebidas alcóolicas através de campanhas e sanções de leis que limitassem a produção e venda desses produtos.



A banda lançou um ep em 2012, sendo rapidamente catapultada a sensação pelas revistas especializadas. Chegou inclusive a apresentar três faixas do ep ao vivo na Sunflower Jam (evento musical beneficente de grande porte que costuma envolver grandes nomes da música britânica), no magnífico Royal Albert Hall. Contratada pela Earache, lançou em 2013 seu primeiro disco, uma pedrada homônima que rendeu convites para abrir dois shows do Rolling Stones. Ou seja, dá para perceber que, tal qual os colegas americanos do Rival Sons, o TM tem um início de carreira meteórico e para lá de promissor. Como dizem por aí que o segundo disco de uma banda é sempre um desafio, esse White Bear foi anunciado sob imensa expectativa. Vamos checar a bolachinha, ora pois!

O Urso Branco

Three Bulleits (ver vídeo) abre o disco já apontando o forte dos britânicos: um blues rock envenenado circa 1969, com riffs diretos e a voz rascante de Phil Campbell ditando linhas melódicas e refrães que fariam Paul Rodgers sorrir o maior dos sorrisos.


Get Yourself Free (ver vídeo) tem aquele ritmo algo suingado e um refrão que fará a alegria das viúvas do grande Black Crowes. A pleasant Peace I Feel é uma daquelas power ballads sessentistas com uma mistura de música grudenta e estrutura de jam com leves toques psicodélicos, num belo exemplo de arranjo cuidadoso em uma música supostamente simples. Aliás, talvez a diferença desse disco para o primeiro resida na produção intencionalmente menos vintage, mas que em nenhum momento transforma a bolachinha em algo pasteurizado e inócuo.


Modern Massacre (ver vídeo) é uma paulada Retro-Rock com veia punk calcada principalmente no talento vocal de Mr. Campbell, um vocalista à moda antiga (pitadas de Bon Scott são claramente percebidas). Battle Lines é um blues rock encardido e dançante e a faixa título traz um pouco de Led à mistura em uma power ballad bacana.


Oh Lorraine (ver vídeo) tem um riff viciante e é tão grudenta que apenas a produção nova em folha faz você acreditar que não se trata de um clássico dos anos 1970. Magnify é um pouco sem graça, mas a curta e algo psicodélica The Sun and Moon Roll Around Too Soon logo volta a trazer a diversão ao ouvinte. A bolachinha encerra seus parcos 39 minutos com a melancólica I Hope I’m Not Losing My Mind, deixando nossos ouvidos querendo mais.


The Temperance Movement 2016
Saldo Final

Tal qual os estadunidenses do Rival Sons, os britânicos do Temperance Movement engrandecem o movimento do Retro Rock com obras certeiras que tem como grande trunfo agradar tanto aos nostálgicos quanto aos neófitos. Altamente recomendado para qualquer fã de rock em seu estado mais puro.

NOTA: 87

Indicado para:
Fãs da fase Black Crowes, Rival Sons, Blues Pills, Free, Bad Company.

Fuja se:
Você só digere coisas modernas

Classifique como: Blues Rock, Retro-Rock, Classic Rock

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