domingo, 13 de março de 2016

Picture + Tygers Of Pan Tang – 10.03.2016 (Teatro Odisseia – Rio de Janeiro/RJ)



Somewhere Back in Time
Texto, vídeo e fotos: Trevas

Em 2014 alguns poucos cariocas sortudos tiveram o prazer de presenciar uma mágica viagem de volta aos anos 1980, capitaneada por um trio de ouro: Metalmorphose, Picture e Grim Reaper. Uma noite inesquecível cujos detalhes você pode conferir aqui na Cripta!

Quase dois anos depois, no mesmo palco, temos a promessa de uma nova noite repleta de metal e nostalgia. Dessa vez com a presença dos holandeses do Picture, assessorados por outro combo oitentista, diretamente da NWOBHM, o atualmente cult e outrora quase mainstream, Tygers Of Pan Tang. Tão logo o Line Up foi anuciado, garanti meu ingresso e parti para o abraço!

Jogo do 1 erro: alguém sabe dizer o que tem de errado aí nesse letreiro?
Picture

A casa estava com um bom público, a despeito de se tratar de um evento de meio de semana. Mas melhor ainda, o público presente sabia muito bem o que esperar, não tinha sequer um só cabrunco não disposto a banguear.  Como da última vez, o Picture abriu o show com a ótima Griffons Guard The Gold. E daí para a frente foi uma avalanche de um Heavy Metal tradicional veloz e grudento, ornamentado com ótimos riffs, a voz característica de Pete Lovell e uma cozinha para lá de azeitada. Pudera, é composta por nada menos que os dois membros fundadores da banda. Laurens Bakker parece saído diretamente de um asilo, mas toca bateria com uma violência incrível, inclusive com bumbos duplos não muito comuns à bandas da época. O repertório é absolutamente perfeito e nada depois de 1985 foi tocado. Poderia reclamar que a banda deveria ter prestigiado os bacanas e recentes Warhorse e Old Dogs, New Tricks, mas estava ocupado demais bangueando feito um retardado. O vigor dos velhinhos é tão impressionante que gerou um daqueles momentos inesquecíveis: na música Bombers, o baixista da formação original, Rinus Vreugdenhil desceu ao meio da mesma e tocou o restante misturado ao público, bangueando com um sorriso no rosto enquanto um festival de selfies se criava como um redemoinho tecnológico ao redor de um fóssil vivo de uma era que infelizmente não volta mais. Quer dizer, volta sim, ao menos para quem se habilitar a pegar a máquina do tempo que é um show do Picture. Perfeito (NOTA 10).


Picture em ação
Tygers Of Pan Tang

Seria praticamente impossível para o Tygers bater o show do Picture. Certo. Mas que bom que em nenhum momento os caras abriram mão de tentar. Com um Line Up contendo apenas um membro da formação original (o guitarrista Rob Weir) rodeado de (não tão) novos talentos, os britânicos fizeram um set para lá de enérgico, mas que ao contrário do set dos contemporâneos holandeses, não relegou a segundo plano seus lançamentos pós retorno. O italiano Jacopo Meille é o estereótipo do latino descacetado. Repleto de caras e bocas e imenso carisma, interpreta material de todas as fases com desenvoltura. Mas infelizmente seu alcance vocal e carisma são proporcionais à irritabilidade causada pelo seu timbre. Ao meio do show confesso que já não me encontrava tão empolgado assim. Mas em relação ao material apresentado, imagino que poucos tenham algo a reclamar: Hellbound (ver vídeo), Paris By Air, Love Potion Number 9, Don’t Touch Me There e muitas outras foram executadas com precisão cirúrgica. Enfim, um show preciso e cheio de energia que serviu como um bom encerramento para mais uma incrível noite de nostalgia metálica (NOTA 8).



Tygers Of Pan Tang com tarantela

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