quinta-feira, 10 de março de 2016

Megadeth - Dystopia (Cd-2016)

Megadeth - Dystopia (Cd-2016)
Kiko, Kiko, Rarará!!!
Por Trevas

Dave Mustaine é um monstro sagrado do Heavy Metal. É também chiliquento e um criador inveterado de polêmicas. E o background que precedeu a gestação do novo disco é um clássico capítulo na turbulenta história da banda. Membros da ex-melhor formação do Megadeth (palavras do patrão) ficam sabendo por terceiros que não fazem mais parte dos planos do Ruivo Hering. Uma tentativa de reunião da formação clássica ocorre por debaixo dos panos. A tentativa fracassa retumbantemente (ó, que surpresa). Megadave é obrigado a traçar um plano B. O plano B inclui a adição dos virtuoses Chris Adler (Lamb Of God, bateria) e Kiko Loureiro (brasuca e guitarrista do Angra) à longa lista de membros da história da banda. A nova formação é anunciada pelo patrão como sendo a melhor em todos os tempos (caras, ele diz isso para todas...). Enfim, filme ruim e repetido. Mas Megadave, além de um mala é um cara talentoso. E cercado de outros caras talentosos, será que o resultado poderia ficar ruim? É com esse espírito que fui conferir Dystopia, produzido pelo boca de croissant e apresentado com uma inspirada arte gráfica.

Distopia Decifrada

The Threat is Real (ver vídeo) é um começo promissor para o novo Megadeth, faixa virulenta Mid Tempo, com ótimos riffs e solos. O refrão, esse parece saído de algum trabalho recente do Testament, o que não é nada ruim. A voz de Mustaine está grave e mais gasta do que nunca, e na verdade isso tem até um efeito positivo, já que aquela coisa meio esganiçada que afastou muito fã de metal da banda acaba diminuída.


Já a faixa título (ver vídeo), essa não tem nem um segundo que não soe como Megadeth clássico, e tem gente achando sua estrutura uma tentativa de refazer Hangar 18. O fato é que ela parece saída de algum disco hipotético entre Countdown e Youthanasia. Ah, e quem tinha dúvidas se Kiko Loureiro poderia se adaptar ao estilo Thrasher da banda (confesso, meu caso), certamente deixou a mesma de lado com essa faixa, já que sua reta final é praticamente uma invejável orgia guitarrística.



Bom, Fatal Illusion (ver vídeo) é o típico Megadeth encarando seu principal problema: uma faixa repleta de ótimos solos e riffs, mas que simplesmente vai do nada ao lugar algum. Dispensável. Aqui parece que Megadave resolveu dar espaço aos outros colegas, com Ellefson tendo seu momento solo e a bateria rolo compressor de Chris Adler quebrando tudo. Uma pena que a sonoridade da bateria seja tão mecânica.


Death From Within é boa e pesada, com um refrão que remete e muito ao Megadeth de Countdown. A dobradinha Bullet To the Brain e Post American World (primeira das composições a contar com a criatividade de Kiko na bolachinha) são corretas e tem seus momentos, mas não apresentam nada que impressione. A co-participação de Kiko nas composições continua com Posionous Shadows (com um piano, vejam só) e Conquer or Die!, a melhor delas - uma ótima faixa instrumental com bela introdução acústica.

Ruivo Hering, Kiko e grande elenco
Lying In State é marcada pela pressão da bateria de Adler, mais um caso onde o instrumental salva o Megadeth da mediocridade. The Emperor é boa e é o único momento do disco que nos faz lembrar da existência de trabalhos mais rocker da banda, como 13 e Supercollider. Como nesse último, a bolachinha se encerra com um cover, dessa vez para o razoável punk rock Foreign Policy, do Fear.

Saldo Final

Como tem sido usual nos tempos de hoje, a campanha de promoção do novo disco de uma banda mainstream é viral e cercada de superlativos. Você é levado a acreditar que estará com um clássico em mãos muito antes do disco sequer estar mixado. E não foi diferente com Dystopia. Não, não é o melhor disco do Megadeth desde Rust In Peace. Countdown e Youthanasia certamente estão alguns degraus acima das pretensões da nova bolachinha para se tornar um clássico. Mas tampouco estamos diante de um disco medíocre. Megadave e sua nova trupe nos entregaram um trabalho muito bom, bem melhor que os últimos dois discos dos estadunidenses, mas no máximo no nível de Endgame.  O que, convenhamos, está para lá de bom e quer dizer algo muito melhor do que o metallica vem fazendo desde o século passado, só para alimentar picuinhas, heheeh. Ah, e Kiko e Adler, esses chutaram solenemente as bundas dos descrentes. Agora sobra a curiosidade de ver essa parceria ser repetida, ao vivo e em mais um grande disco.

NOTA: 82

Indicado para:
Fãs da fase Countdown to Extinction/Youthanasia da banda.
Fuja se:
Você é uma Metalliquete inveterada

Classifique como: Thrash Metal, Heavy Metal

6 comentários:

  1. Gostei. Gostei das guitarras, do vocal, da batera, do baixo, das músicas. Agora, essa capa com navezinhas tipo drone, futurística e azul acizentada tipo ficção científica...quem se inspirou em quem? Dream Theater ou Megadeth?

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    1. olá, Tiago!
      Bem vindo!
      Ah, sobre quem se inspirou em quem, a resposta é...eles se inspiraram no trivium!!! gwhahaha, veja a capa de Vengeance Falls, de 2013: drones sci-fi aterrizando num planeta com o mesmo tratamento azulado na imagem...vou até checar se o artista das 3 capas não é o mesmo...
      https://en.wikipedia.org/wiki/Vengeance_Falls
      Abração
      T

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  2. Me amarrei no disco, melhor que o Super Collider com certeza.

    Aproveitando o ensejo do Tiago acima, no DT é muito ruim como sempre, e dessa vez abusaram da minha paciência... ô disquinho longo.

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    1. Olá, Diego
      Sim, bem melhor que o SC. E melhor que o 13, The World Needs a Hero e Risk. Uma boa estreia para a nova formação.
      Sobre o DT, ia fazer uma resenha aqui, mas acho mais seguro fazer uma charge à lá Charlie Hebdo provocando Maomé...
      Abraço
      T

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    2. De acordo total! Agora o Risk é tão ruim que nem se compara aos citados.

      Taí, gostaria de ler uma resenha do DT novo by Trevas, que tal, hein?

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    3. É, o Risk é um cocô
      Cara, como te disse, resenhar DT pode causar problemas a integridade física das pessoas que amo. Os fanboys de DT são psicopatas. Aliás, qualquer um que ature um disco como esse último deles e chame aquilo de bom deve ser estudado, seriamente!
      Abraço
      T

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