quinta-feira, 29 de maio de 2014

Grand Magus – Triumph And Power (CD - 2014)

Grand Magus - Triumph And Power (2014)
De Volta à Boa Forma
Por Trevas

Prólogo: Do Doom Ao Tradicional
Banda sueca nascida com vocação para o Epic Doom Metal, o Grand Magus ao longo de sua carreira rumou aos poucos em direção a um metal tradicional com elementos épicos e pitadas para lá de esporádicas de Doom. Se aproveitando que o nicho mais tradicional do Heavy Metal ficou esvaziado na última década com o crescimento de uma miríade de subestilos mais refinados e complexos, a banda brandiu sua espada com firmeza na cena, angariando uma reputação formidável com um som absurdamente simples para os padrões atuais.

Grand Magus
Após o sucesso de discos como Iron Will (2008) e Hammer Of The North (2010), a banda resolveu incorporar alguns elementos do hard/heavy oitentista com mais afinco em The Hunt (de 2012, ver resenha aqui). O resultado foi recebido com uma mistura de empolgação ressabiada com críticas de que o Grand Magus estava amansando seu som em demasia. Percebendo a reação temerosa de boa parte dos fãs, JB (líder, guitarrista e vocalista da banda) prometeu que o novo disco viria com uma pegada bem mais encorpada que os trabalhos anteriores. Ornado com bela ilustração de capa (cortesia de Anthony Roberts), Triumph and Power chegou às prateleiras recheado de expectativas.

Deixe a Batalha Começar!

Após uma introdução algo climática, o riff inicial de On Hooves Of Gold entrega a especialidade da casa com louvor: heavy metal mid tempo tradicional e épico com um refrão para cantar junto já na segunda repetição. A produção está absolutamente mais encorpada que no disco anterior e a voz de JB soa em sua melhor forma nessa música.
O baixo e bateria introduzem Steel Versus Steel, outra faixa mid tempo que exala anos 1980. Menos impressionante que a abertura do disco, ainda assim é difícil passar incólume ao seu grudento refrão, sempre trazendo aquelas letras deliciosamente idiotas de batalhas épicas características do metal em sua vertente mais “true”.


Fight promete um puta Doom Metal a tomar como parâmetro seu riff inicial, mas se desenvolve como uma faixa mais acelerada que as duas primeiras, com resultado bastante empolgante. Lembra um pouco algo de Wolf’s Return (de 2005), o que é uma boa coisa. Triumph and Power, faixa título e de trabalho (ver vídeo abaixo), já nasceu clássica. Versos iniciais marcados por um baixo gorduroso (cortesia de Fox) e boa interpretação por parte do limitado, mas sempre eficiente JB, a música cresce até explodir num daqueles refrães pelos quais as platéias costumam aguardar avidamente num show. Um deleite para qualquer fã de metal tradicional.


Uma virada do preciso e esporrento Ludwig introduz a acelerada Dominator, com mais um riff matador e refrão altamente cantável, nos remetendo as melhores faixas velozes que a banda produzira no passado. Após a curta e instrumental Arb, Holmgang mantém a pegada épica, mas a falta de um refrão tão marcante quanto os anteriores dá a injusta sensação de se tratar de uma faixa menor no contexto do disco. Se refrão é um problema, a música seguinte resolve a questão: The Naked And The Dead poderia bem figurar em qualquer (bom) disco de hard/heavy dos anos 1980 e conta com mais um ótimo trabalho de bateria e linhas melódicas contagiantes.

Fox, JB e Ludwig - Grand Magus 2014
Ymer serve de prelúdio para a última música do repertório regular do CD, The Hammer Will Bite, o épico do trabalho. Pesadona e com uma letra que de tão idiota parece ter sido escrita por alguma banda piada no estilo Massacration, a faixa de encerramento promete mais do que cumpre, mas ainda assim deve ser capaz de trazer um leve sorriso ao rosto dos fãs mais ardorosos de Power/True Metal.
A faixa bônus presente na edição brasileira, Blackmoon, é bem legal e não faz feio perante o restante do repertório.

Saldo Final
JB prometeu e cumpriu, Thiumph and Power é muito mais forte e épico que The Hunt. Longe de soar inovador, certamente fará felizes todos aqueles que sentem falta de um Metal mais direto e simples como aquele feito na década de 1980. Um prato cheio para fãs de bandas como Hammerfall e Manowar. Agarre seu machado, vista sua calça de couro e ponha a bolachinha para rodar sem medo!

NOTA: 8


Prós:
Direto e sem frescuras, com ótimos refrães.


Contras:
As letras são tão idiotas que fariam inveja ao Axel Rudi Pell.

Classifique como: Heavy Metal Tradicional, Epic Metal, True Metal, Power Metal

Para Fãs de: Manowar, Hammerfall, Judas Priest.

Ficha Técnica
Banda: Grand Magus
Origem: Suécia
Disco (ano): Triumph And Power (2014)
Mídia: CD
Lançamento: Nuclear Blast Brasil (Importado)

Faixas (duração): 10 (43’). 11 na edição limitada (46’)
1. On Hooves Of Gold; 2. Steel Versus Steel; 3. Fight; 4. Triumph and Power; 5. Dominator; 6. Arb; 7. Holmgang; 8. The Naked And The Dead; 9. Ymer; 10. The Hammer Will Bite; 11. Blackmoon*.

* Faixa bônus

Produção: Nico Elgstrand
Arte de Capa: Anthony Roberts

Formação:
JB - voz, guitarra;
Fox - baixo, voz
Ludwig - bateria.

2 comentários:

  1. Pierre Oliva Sabbat29 de maio de 2014 às 21:18

    Senti firmeza, muito bom!!!

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  2. Valeu, Pipi!
    Esse disco tem realmente a tua cara, metal bem tradicional sem invencionices!
    Abração
    T

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