quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Blues Pills – Holy Moly! (CD-2020)

 


Holy F****** Moly!

Por Trevas

Surgido de uma dissidência da Radio Moscow, em 2011, com nome emprestado de um Fanzine especializado em rock dos anos 1960/70, o quarteto multinacional Blues Pills conseguiu uma ascensão impressionante com apenas dois discos de estúdio lançados. Se no primeiro trabalho tínhamos um Retro Rock com charme algo cru quebrado pelo talento de Elin Larsson, no trampo seguinte a banda apostou em uma pegada com adição de elementos de R&B e Soul, em composições bem mais maduras.  Mas como é tradicional no universo rocker, nem o inesperado sucesso comercial impediu uma mudança de formação: o prodígio francês Dorian Sorriaux deixou amigavelmente o front de batalha. Ao invés de buscar um novo guitarrista, os suecos partiram para o estúdio, para autoproduzir um novo trabalho, com Zack Anderson assumindo as guitarras (deixando o baixo para o novato Kristoffer Schanders). Completam a formação a louraça belzebu Elin e o poderoso batera Andre Kvarnström. Na mixagem, temos o premiado Andrew Scheps (Rival Sons, Adele, Black Sabbath, Iggy Pop).

Blues Pills 2020...now with lasers!!!

Com um discurso em off sobre igualdade de direitos, Proud Woman abre a bolachinha com aquela tonelada de Soul e R&B que marcou Lady In Gold. Também como no trabalho anterior, Elin e sua impressionante negritude vocal são o centro da produção, mas com espaço para o ótimo e dinâmico instrumental brilhar, quando necessário. Um bom começo.


Mas engana-se quem pensou de cara que a banda enveredaria por um caminho menos intenso, Low Road é um arregaço Retro Rocker de tirar sorriso dos caras do Graveyard. Destaque absoluto para a cozinha monstro de Kvarnström e Schanders. Ah, e Zack consegue substituir muito bem Dorian na guitarra, ao menos em estúdio. Dreaming My Life Away é outra pedrada, com sérios toques de Hendrix e Captain Beyond. A banda acertou a mão na produção, vigorosa e na cara, com um ar retrô sem soar requentada.


Elin põe seu feeling e gogó nos holofotes na bela balada R&B California. E se sai muito bem, como esperado. Rhythm In The Blood é visceral e viciante, fazendo uma clara referência ao Thin Lizzy no refrão. Uma das mais legais do disco. O nível continua altíssimo na repleta de malícia e empoeirada (oops) Dust.


Kiss My Past Goodbye, primeira faixa de trabalho, é deliciosa, e um ótimo exemplo da sonoridade atual do quarteto. A fórmula de alternância entre baladas soul com rockões segue com Wish I’d Known e Longest Longing Friend (na primeira categoria) contrastando com Bye Bye Birdy e a matadora Song From A Mourning Dove (na ala rocker).


Com pouco mais que 40 minutos, Holy Moly! Chega ao fim com a certeza de que temos em mãos o melhor disco do Blues Pills, o que é um feito e tanto, considerando a qualidade dos anteriores. Na lista de melhores de 2020? Com certeza! (NOTA: 9,26)

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Gravadora: Shinigami Records (nacional)

Prós: ótima alternância entre Rockões e R&B

Contras: talvez alguém possa reclamar de Elin encarnando janis Joplin em um ou outro momento

Classifique como: Retro Rock, Blues Rock

Para Fãs de: Rival Sons, Graveyard


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