domingo, 6 de setembro de 2020

H.e.a.t – II (CD-2020)

 


De Volta Ao Jogo

Por Trevas

Uma das maiores potências da onda de Melodic Hard Rock escandinava, a banda H.e.a.t alçou voos maiores de popularidade ao dar um passo aparentemente midiático: em 2010 adicionou à sua formação o vocalista/ator vencedor do Ídolos Sueco de 2009, Erik Grönwall, que também havia acabado de emplacar um single no primeiro lugar das paradas locais. Se a banda já vinha bem, daí para frente subiu de estatus, lançando uma sequência de discos muito bem avaliados, até dar um “passo em falso” com Into The Great Unknown, disco de 2017 que apostava demais em uma incursão no mundo da música Pop/Mainstream atual. Ainda que longe de ser um disco ruim, o trabalho acabou por alienar boa parte dos fãs, o que explica o título de seu mais recente trabalho, H.e.a.t II. Uma volta às origens? Provavelmente.

Bora farofar?

Totalmente produzido pelo tecladista Jona Tee e pelo guitarrista Dave Dalone, o disco abre com a totalmente hard oitentista Rock Your Body, uma faixa energética, mas com refrão preguiçoso e bem clichê, talvez como uma carta de intenções – estamos de volta ao terreno conhecido. Outras coisas que ficam claras no ato são: a qualidade da produção, com ótimo punch e o toque exato de modernidade; e o quanto Erik melhora a cada disco – o que esse cara está cantando é um arregaço!


Daí para frente, o disco é um deleite aos fãs de Melodic Hard Rock: impossível ficar indiferente ao apelo da dupla Dangerous Ground e Come Clean. Já Victory e We Are Gods nos lembram que, apesar da banda ter aberto mão das fortes incursões no Pop contemporâneo, isso não quer dizer que não são capazes de soar modernos dentro de sua proposta. Não estamos em absoluto diante de um mero simulacro de potências do Melodic Hard Rock/AOR oitentista.


Adrenaline e One By One são mais duas pérolas típicas do estilo, grudentas e viciantes, certamente faria sucesso nas festinhas à lá Starfuckers que existiam no Rio. E até a xaropagem habitual das geralmente intragáveis baladas que o AOR produzem fica num patamar aceitável de breguice com Nothing To Say.


Heaven Must Have Won An Angel é tão Journey que juro que fui conferir se não se tratava de um cover. A energia retorna com força total com as duas últimas faixas, a boa Under The Gun e a sensacional Rise, a provável melhor do pacote, com uma pegada mais heavy e moderna, encerrando de forma fenomenal um dos melhores discos do estilo que você escutará esse ano. (NOTA;9,25)

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Gravadora: Shinigami Records (nacional)

Prós: Melodic Hard Rock/AOR dificilmente fica melhor que isso

Contras: Bom, se você tem vergonha de suas polainas de oncinha, passe longe

Classifique como: Melodic Hard Rock/AOR

Para Fãs de: Eclipse, W.E.T., Journey

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