domingo, 29 de março de 2020

Phil Campbell – Old Lions Still Roar (CD-2019)


Phil Campbell And The Bastard Old Ones
Por Trevas

O guitarrista galês, fiel escudeiro de Lemmy Kilmister de 1984 até a hora de sua morte, tinha na mente gravar um disco solo desde o final da década de 1990. A correria com as atividades do Motörhead sempre acabava por colocar essa ideia para escanteio, até que o falecimento de Lemmy mudou tudo. Com o inevitável fim do lendário trio inglês, Phil se concentrou em continuar a compor, lançando um Ep e um CD com o Phil Campbell And The Bastard Sons, banda que traz três de seus filhos na formação, e preparando enfim o terreno para seu primeiro disco solo.

Nosso velho herói galês
A ideia, simples, era fazer 10 canções que soassem diferentes umas das outras, compostas especialmente para alguns artistas de quem Phil é fã e/ou tem algum grau de amizade. O nome do disco foi sugerido por um dos filhos do guitarrista, tendo em vista o tanto de veteranos que participam do trabalho, produzido pelo próprio Phil e mixado por Soren Andersen. Na parte instrumental, os filhos do Hômi dividem espaço com alguns convidados famosos e outros mais afeitos ao underground.

Capa da edição nacional
A capa da versão nacional pregou a peça em muita gente, acreditando ser um disco acústico. E a faixa de abertura, Rocking Chair, ajuda a confundir. Uma bela canção semi-acústica com letra autobiográfica (contando com a devida, e inevitável, homenagem ao Lemmy). Na voz Leon Stanford, do The People, The Poet. A música tem uma puta pegada de Bruce Sprigsteen e começa bem e de forma curiosa o disco. Logo em seguida as guitarras são plugadas para Straight Up, um rockão contagiante contando com a voz de ninguém menos que o próprio Metal God, Rob Halford.


O tom muda de novo, dessa vez temos o gigante Ben Ward cantando Faith In Fire, totalmente Stoner Metal, totalmente...Orange Goblin! À tiracolo os não tão conhecidos Tim Atkinson no baixo e a beldade Robyn Griffiths na bateria. Alice Cooper e Chuck Garric dão as caras na boa Swing It, que é melhor que boa parte do material mais atual da Titia.


Ótima surpresa é a belíssima atuação vocal de Nev MacDonald (ex-Skin) em Left for Dead, petardo hard que ainda traz Martin King (Level 42) no baixo. Que voz! Já Walk The Walk erra o alvo, com o canadense Danko Jones fazendo uma parceria desinteressante (mas pesadona) com Nick Olivieri, o baixista peladão do Queens Of the Stone Age no Rock In Rio 2001.  Para levantar de vez o ânimo, nada melhor que o próprio jandirão, Dee Snider, mandando brasa em These Old Boots, música que faz homenagem justamente aos dinossauros do rock. Não à toa, Mick Mars também está nessa. A bateria dessa faixa ainda tem Chris Fehn, direto dos mascarados do Slipknot. Possivelmente a melhor do disco.



Saudades do Ugly Kid Joe? Não? Nem eu. Mas até que Whitfield Crane manda razoavelmente bem na moderna e pesada Love Survives. Muito melhor se sai o doidão Benji Webbe (Skindred) na ótima balada Dead Roses, que conta ainda com Phil no piano e Matt Sorum na bateria. Para encerrar, uma curta e bela instrumental que conta com Joe Satriani e coroa  a versatilidade do capitão do barco, que desfila belos riffs e solos por todo o álbum. Pode ter demorado a sair, mas o primeiro disco solo de Mr. Campbell é uma deliciosa surpresa!(NOTA: 8,51)

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Gravadora: Shinigami Records (nacional)
Prós: variado e inspirado
Contras: dificilmente será ouvido por muitos
Classifique como: Hard Rock, Heavy Metal
Para Fãs de: Hard & Heavy em geral

2 comentários:

  1. Caro Gnomo Gritador, eu também fiquei belamente surpreso com o conteúdo e a extrema qualidade desse disco. Acho que merecia uma nota melhor, mas tá na boa. Espero que ele continue a lançar discos, bala na agulha nós já sabemos que o cara tem.
    Valeu!!
    ML

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    Respostas
    1. Fala Lacerda!
      Pois é, que legal que ainda nos aprontam surpresas como essas!
      Ah, notas são só detalhes, para mim 8,50 já é nota alta bagarai!
      Abraço
      T

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