domingo, 1 de março de 2020

Graspop Metal Meeting 2019: Parte I – (Quase) Tudo O Que Você Precisa Saber Sobre o GMM.



Prólogo – Sonho?

Olá Criptomaníacos! Desde moleque encaro os grandes festivais do verão europeu como um sonho distante. Devorava resenhas e vídeos de mídias especializadas ou bem-aventurados Headbangers que haviam tornado realidade esse sonho. E minha esposa nutria a mesma vontade, de ao menos uma vez nessa existência, experimentar um grande festival. Mas, sabe-se lá por que, nunca achei que tivesse condições de eu mesmo fazer a jornada. Perdi a conta de quantas vezes mandei e-mails para empresas que vendem pacotes para o Wacken e ou Hellfest. Até que um dia, programando a extensão de uma visita à Portugal, onde hoje reside um de meus irmãos, entreolhei minha esposa e pensamos juntos, que tal tentarmos realizar nosso sonho? Por questões de data e logística, acabamos por optar pelo Graspop Metal Meeting (GMM), festival realizado anualmente na Bélgica e considerado um dos grandes entre os grandes. Dividi a postagem em duas partes: a de agora, um guia para quem pretende encarar o festival. A segunda, uma breve passagem por cada um dos muitos shows que assistimos. Divirtam-se!
Trevas

Dressa & Trevas, felizes que nem pintos no lixo
O GMM – Onde e Quando?

O GMM é realizado desde 1996. Geralmente cai no início da última dezena do mês de junho, sempre na pequenina cidade de Dessel, pouco mais de uma hora de distância de Bruxelas. Seu cast geralmente é bem variado, com bandas modernas entremeadas com clássicas, tendo espaço para todas as vertentes dentro da música pesada. A edição de 2019 foi composta por 3 dias, com uma prévia do festival, com algumas atrações interessantes, acontecendo na noite anterior ao primeiro dia, uma maneira de testar a infraestrutura e possibilitar alguma atividade ao pessoal que quer montar o acampamento antes da festa efetivamente começar. Em 2018 o festival contou com 4 dias inteiros, mas a infraestrutura não deu conta. O formato de 4 dias retorna agora em 2020, com a produção apostando ter aprendido a lição.

Fazendo amigos - a simpática belga Zelda nos fazendo companhia no caminho para Dessel
Ingressos, Como Comprar?

A venda de ingressos é feita pela internet e tem início bem antes da divulgação do cast completo. Ao contrário do que acontece com o Wacken e Hellfest, os ingressos não se esgotam no mesmo dia do início das vendas (embora esse ano tenham se esgotado já na virada de 2019/2020), não sendo necessário comprar de agências ou “cambistas”. Existe a opção de ingresso por dia, ingresso por dois dias e o combi-ticket, que inclui todos os dias do festival. O GMM não é considerado dos festivais mais baratos, mas se compararmos o valor com os shows daqui (e com o preço praticado no RIR), chega a ser covardia: eu e minha esposa pagamos cada um 210 euros pelos 3 dias de festival. Ao comprar o Ticket, a ser impresso em casa, você ganha a opção de, por 10 euros, garantir a passagem de ida e volta de trem até a cidade de Dessel, válida para qualquer horário dentro de um dia antes até um dia depois do festival. Mas sobre isso falaremos no item: como chegar?
As pulseirinhas da danação - sua entrada para o GMM
Dessel – Como Chegar?

Dessel pode ser acessada por trem. Conforme escrevi anteriormente, a compra do ingresso te dá a opção de garantir as passagens de trem de ida e volta por valor promocional. Mas a retirada dos Tickets e tabela de horários dos trens só ficam disponíveis no site da operadora cerca de um mês antes do evento. Mas não há nenhum problema nisso, existem muitas opções de trens para lá. Da estação central de Bruxelas, pega-se um trem até determinada cidade (já não lembro qual, mas existem várias opções) e faz-se uma baldeação até Dessel. Na estação de trem as informações de como chegar podem ser conseguidas numa simpática central de informações. Não tem erro. O percurso demora em torno de 90 minutos. Ao chegar na estação de Dessel, uns 20 metros adiante vemos a fila para o Shuttle (grátis) que leva do centro da cidade até o festival, situado em uma espécie de fazenda. A fila é descaralhada (belgas não ligam muito para ordem, na verdade parecem curtir a vida num eterno estado de “foda-se, tá tudo tranquilo”), mas os shuttles saem com frequência e em menos de 10 minutos estamos desembarcando no festival. No retorno, mesma dinâmica, tudo sem maiores problemas. Para quem for de carro, existe bastante espaço para estacionamento próximo da área de desembarque dos shuttles, mas não sei como funciona a organização e/ou preço. Cabe ressaltar que o povo belga usa muito bicicletas, existindo uma imensa área para estacionamento das mesmas.


Pela estrada afora...chegando no GMM
Acampando no GMM

O camping do GMM é imenso e situado uns 10m da entrada principal da arena, uma área organizada por “quarteirões”, nos quais você pode montar sua barraca desde a tarde anterior ao primeiro dia principal do evento. Mas para quem não tem ou não quer ter que viajar com a parafernália de acampamento, temos a opção de alugar uma barraca pré-montada. Assim o fizemos, alugamos uma “Deluxe Tent” (há modalidade mais barata), para duas pessoas. O preço? 240 euros, mais uma taxa de caução de 100 euros. As barracas pré-montadas ficam em um local específico, próximo da entrada do camping.

Um pequeno trecho do camping, a maior concentração de doidos por metro quadrado do planeta
Ao chegar, tem que se dirigir a um guichê montado em um trailer, apresentar o ingresso para o camping impresso, uma espécie de “check in”. Um atendente te entrega uma lamparina elétrica (a ser devolvida no check out) e os kits do camping: cada kit contendo uma bela toalha do festival, um travesseiro com fronha do festival e um saco de dormir do festival. Todos esses itens ficam contigo após o fim do evento e são bem bonitos. Nas tendas de merchandise são vendidos separadamente a preço de ouro, diga-se. O atendente vai contigo até sua tenda, que possui colchões infláveis daqueles que se vende nas lojas americanas daqui, e mostra que está tudo ok. Cada tenda possui um número, e levamos cadeado para garantir a segurança dos nossos pertences enquanto passamos o dia no festival.

A área das barracas alugadas
Ao final do evento, é só chegar no guichê lá do início e solicitar o check out. Pouco tempo depois aparece um funcionário na sua tenda para checar se está tudo ok, lembrando que a lamparina e os colchões tem que ser devolvidos. Com o ok do check out, o valor caução pago é estornado no seu cartão de crédito.

Visual das barracas alugadas de dois lugares, existem maiores


Sobre a infraestrutura do camping: as barracas são ótimas, mas em uma das noites fez bastante frio e não havia isolamento térmico abaixo dos colchões. A friaca foi tensa, mas logo pelas 6 da matina o sol estava tão forte que cozinhamos na barraca. Choque térmico hehehehe. Há três pavilhões sanitários espalhados pelo camping, mas é muita gente, e filas se formam pela manhã para a mítica “barrigada matinal”. Os sanitários parecem réplicas de sanitários normais, longe daquela porcaria de banheiros químicos que conhecemos. Há sempre papel disponível e a higiene é ok. Só não é perfeita pois o camping é em terra batida e temos aquela desagradável laminha formando no piso. Para os meninos, há estranhos mictórios abertos espalhados pelo camping. Os pavilhões contém anexo com vários bebedouros coletivos, com água potável.


O bocão, seu amigo das horas mais difíceis - esses são os banheiros químicos presentes no festival e camping
Ainda nos pavilhões sanitários, temos os chuveiros. Cabines de plástico resistente com água quente acionada por um botão temporizador. Cada banho custa 1/5 token (ver mais à frente, formas de pagamento e preços) e é tranquilo de encarar. Curiosamente a fila de banho dos meninos sempre existe, já a das meninas? Quase sempre vazia, hehehehe

Um dos pavilhões sanitários do camping, com sua longa fila para a barrigada/banho matinais 
Além dos pavilhões sanitários, temos pavilhões médicos (muita gente bebe até capotar, como bebe esse povo), concorridos totens para carregamento de celulares, tendas para retirada de materiais de higiene e sacos de lixo, um pavilhão de lanchonetes com área para café da manhã (levamos nossos suprimentos para café da manhã comprados em um supermercado, estocamos na barraca), caixas eletrônicos e lojinhas vendendo itens de camping, alugando carregadores portáteis de celular, uma pequena loja de merchandise e uma prefeitura do camping. Anexo ao camping, estão o Festival Fair e o Metal Markt. Depois falarei sobre eles.
Pavilhão médico e os estranhos mictórios quádruplos ao ar livre
Totem de recarga para celulares e outros eletro-eletrônicos
Área para café da manhã e suas lanchonetes
Caixas eletrônicos para compras de Tokens no Camping
A estada no camping foi tranquila. O povo é muito louco e divertido, mas nenhuma briga se vê por lá. O único problema é aturar os malucos gritando “Slaaaayeeeer” e cantando Primo Victoria a noite inteira. De estranho, não há absolutamente nenhum controle de quem entra ou sai da área de camping. Aqui não daria certo. Lá, funciona.

Juntando o lixo - um pouco de civilidade no camping
Festival Fair – Metal Markt

Ao lado do camping, temos uma verdadeira feira Heavy Metal, o Festival Fair. São dezenas de barracas que vendem CDs, camisetas de bandas, Patches e acessórios dos mais variados. Muita coisa legal que não se acha nem à pau por essas bandas. Os preços variam bastante, mas no geral, são bem justos.

Caminhando pela Festival Fair - falência na certa!
Que caralhos?
Já o Metal Markt é um pavilhão lotado de lojas de CDs, a maioria vinda da Alemanha. Àqueles que ainda compram mídia física, um deleite. Todas as lojas tinham promoções do tipo 5 CDs por 20 Euros. Infelizmente não me preparei o suficiente e comprei bem menos do que gostaria. Vagar pela feira e pelo Metal Markt é um passatempo bacana para preencher a parte da manhã, já que o dia em que os shows começaram mais cedo teve início às 11 da manhã.

Achei até meu amigo das profundezas por lá...
Cadastramento e Entrada

O cadastramento do festival é bem organizado e com filas praticamente inexistentes. É chegar num guichê, mostrar o ingresso impresso e ter uma pulseira afixada em seu pulso. Essa pulseira, como em muitos festivais ao redor do mundo, tem uma plaqueta que deve ser passada no leitor das catracas de entrada. Tudo simples e rápido. Nas entradas, quem possui mochila e/ou bolsas passa por uma revista. No site está explicitado o que pode ser carregado para dentro da arena. Também não existem filas em nenhum momento para a entrada.
Em frente à entrada - se você não vê fila, é por que realmente não existe

Dressa no guichê de cadastramento




Usando seu Dinheiro no Festival

Para desencorajar o uso de dinheiro vivo no mundo de gente que frequenta diariamente o GMM, o mesmo faz a conversão de seus Euros à moeda oficial do Festival, no formato de tokens plásticos que podem ser quebrados pela metade. Os tokens podem ser comprados em guichês de atendimento próximos à entrada da arena. Ou em caixas eletrônicos.

Estamos ricos! uma cartela dos Tokens do Festival.
Para favorecer a ideia de não se transitar pela confusão com dinheiro vivo, a compra via cartão nos caixas contava com um “câmbio de conversão” mais favorável do que o pagamento em dinheiro. Dentro da arena, todos os stands de alimentação só aceitam os tokens. Mas o imenso (e confuso) stand de merchandise oficial, esse trabalha somente com dinheiro e cartões de crédito/débito.

Compra de Tokens: à esquerda, os guichês para compras em dinheiro. À direita, os caixas eletrônicos
Preços

Como estamos falando da forma de pagamento dentro do festival, vamos à dolorosa. Os alimentos e bebidas na arena custam mais caro que na vida real belga. Mas, ainda que sejam caros, não chega a ser absolutamente nada tão discrepante do que vemos em festivais e shows aqui no Brasil, onde as coisas dentro de uma casa de show custam por vezes o triplo do que fora. Uma cerveja (a oficial do evento é a Jupiler, mas temos outras opções, veremos mais à frente), copo de 300ml, custa um token (cerca de 2 Euros). Os lanches, em média 2 tokens.

Um dos guichês, com uma tabela de conversão
Já o merchandise oficial, esse segue os preços daqui: uma camisa custa em média 20 Euros. Cada banda contou com pelo menos dois modelos de camisas, sendo que algumas tinhas até 5 modelos. Dá vontade de levar tudo, mas haja grana. Curiosamente, o Amon Amarth, banda que conta com imensa popularidade por lá, tinha o Merchandise bem mais caro: 30 Euros cada camisa. E elas se evaporaram em um dia.

Alimentação e bebidas

Fácil, fácil mais de uma centena de stands de alimentação/bebida estão espalhados pela arena. Impressionantemente raramente se demorava mais de 5 minutos para sair do stand com seu pedido em mãos. Além dos stands tradicionais, vendendo a onipresente fritas belga com molho (regada e muito boa), pizzas e sanduíches e as marcas oficiais de cerveja do Festival (cervejas Jupiler e uma Hoegarden frutada meio xarope) e refrigerantes/sucos/chás, tinham duas áreas mais gourmet no festival, com culinária para lá de variada. Stands de churrasco na grelha regado a Jack Daniels, outros de comida vegana, massas, tinha de tudo lá. E sempre em porções caprichadas. Em média, cada refeição saía em torno de R$30,00. Tudo muito bom, um pouco caro, mas mais justo que nos festivais daqui.

Um dos muitos stands de birita do festival
Nas áreas gourmet também era possível comprar cervejas diversas das oferecidas pelas marcas oficiais, e aí coloca-se todas aquelas belezuras belgas que são vendidas à preço de ouro por aqui. O preço, 1,5 Token, mais caro que a Jupiler, mas que o cervejeiro profissional paga com um sorriso no rosto ébrio.


A estranha Hoegarden Rosee
Quem fica no camping pode deixar compras na barraca, e isso pode fazer com que a necessidade de comprar coisas na arena ao longo do dia diminua, proporcionando uma baita economia. Não se pode entrar com alimentos na arena, mas o camping fica ao lado. Bateu uma fome moderada, volte à barraca e mande brasa. Salgadinhos, bebidas, chocolates, bolos, o que resistir fora da geladeira é válido. Fizemos isso com nosso café da manhã, o que deve nos ter economizado uns bons 20 euros por dia.


Banheiros/Água

Diversos pavilhões com banheiros, mictórios e bebedouros coletivos estão espalhados pelo festival. As filas raramente duram mais que 2 minutos. As cabines, que mais se assemelham a um banheiro normal (com privada bonitinha e papel sempre disponível) estão miraculosamente sempre limpíssimas. Dá para encarar uma barrigada sem sustos.


Um dos pavilhões sanitários do festival: bebedouro em azul, ao fundo a fila para os banheiros
Água fresquinha está sempre disponível nos bebedouros. Como não se pode andar por lá portando garrafas (nem das plásticas), compramos uma daquelas garrafas que são tipo um saco. Manter-se hidratado é questão de ordem, o calor, acima dos 30º somado à biritagem de boas cervejas, é uma mistura fatal caso não se tenha cuidado.

Cada pavilhão sanitário tem pencas desses mictórios, o que provavelmente garante as privadas limpas
Merchandise

O grande ponto negativo de todo o festival. Um stand longitudinal onde se formavam aglomerados imensos e desorganizados para a compra de um sem-número de opções. Acima do imenso stand, painéis expunham boa parte do material disponível com um código (para facilitar a identificação do produto na hora do atendimento) e preço. Como o espaço de exposição é limitado, geralmente a cada dia ficava exposto o material das bandas do dia + exposição constante do material dos headliners. A desorganização para comprar qualquer item era tamanha que acabei por me limitar a pegar uma camisa oficial do festival. Se bem que meus bolsos agradeceram hehehehe. 

Atrações Alternativas

Vimos por lá tendas de patrocinadores, que faziam jogos com premiações diversas, uma roda gigante (o ingresso era ganho mediante a coleta de X copos plásticos) e torres de recarga de celulares (disputadas à tapa). Em alguns locais da arena, devidamente indicados no mapa oficial, disponibilidade de Wi-fi aberto. Uma área refeitório coberta para se fugir do forte sol. Existe também uma pequena arquibancada, na qual se pode acompanhar de frente os shows de um dos palcos principais e descansar os pés.
Próximo aos palcos principais, um stand para sessões de autógrafos, com os horários e bandas sendo informados em um painel eletrônico.
Na entrada da área do festival, existe uma espécie de boate, com atividades musicais até às 6:00 da matina. A ideia é manter entretido o visitante que não está acampado e não tem como voltar para casa até que as linhas de ônibus e trem voltem a circular. Dentre as atrações, bandas locais cover/autorais, discoteca e karaokê. Não aproveitamos nada dessa tenda, sempre lotada e aparentemente animada. 

Roda gigante e o local do Palco Marquee ao fundo
O APP Do festival

 Já tem alguns anos que o GMM disponibiliza um aplicativo oficial para celular (IOS e ANDROID). Nele você vê informações sobre cada atração, mapa da arena e grade de horários. A maior funcionalidade é uma que se chama MY GMM: você escolhe as bandas que você quer ver e ele te monta a grade personalizada de cada dia, te mandando lembretes do início (e local) de cada atração 10 minutos antes. MUITO interessante.

Interface do APP Oficial
As arenas de shows

O principal: são 5 arenas de shows. Duas delas, as principais (Main Stage 1 & 2), são geminadas e alternam os shows principais do dia. Mesma operação que vimos no Maximus por aqui, enquanto o palco da direita tem uma atração tocando, o da esquerda está sendo aprontado para o show seguinte, com um intervalo médio de 10 minutos entre o fim de uma atração e início da outra.
O Main Stage 2, com Anthrax rolando
Três palcos menores estão espalhados mais próximos da entrada. Dois deles em pavilhões cobertos e fechados nas laterais (Red Bull Metal Dome e Marquee), um deles uma versão menor dos palcos principais (Jupiler Stage). Por “menores”, me refiro à comparação com os gigantescos palcos principais: cada uma das três arenas menores é maior que um palco de qualquer casa de grande porte daqui. Som sempre perfeito, telões laterais para os gnomos (como eu e Dressa), pontualidade britânica e capricho visual. Os sets dos shows “menores” geralmente variavam de 45 a 80 minutos. Muitos deles tão ou mais disputados pela galera quanto algumas das atrações dos palcos principais.
O Mapa do GMM
Dressa devidamente abastecida no intervalo entre shows no "pequeno" palco Marquee

Clima

Alto verão na Bélgica, pegamos temperaturas girando em torno de 30º durante os dias. Mas ao que parece o verão foi mais quente que o normal. Os dias são muito longos, temos o sol dando as caras até próximo de meia noite, reaparecendo umas 5 e pouca da matina. Mas não se enganem, a variação térmica é notada claramente ao fim do dia, e em uma das noites deve ter feito uns 15º, passamos um pouco de frio. Curiosamente às 6 da matina na manhã seguinte já era difícil aguentar o calor dentro da barraca, hehehehe. Sempre bom levar um casaquinho na mochila para quem é friorento, para não ter que retornar à barraca ao longo do dia. Um isolante térmico na barraca ou roupas quentes para dormir se fazem recomendáveis.

Céu de meia noite em Dessel

Público

Os belgas são animadíssimos, gente gigante (e surpreendentemente bonita) sempre bêbada e sorridente. Pessoas andando de cueca, calcinha e sutiã eram tão comuns de se ver quanto os tradicionais bangers de corpse paint e roupa pesada. Todo mundo MUITO amistoso a despeito do clima de loucura e da quantidade inumana de bebida ingerida. ZERO confusão. Muita gente de outros países também. Esbarramos com uma penca de grupos de brasileiros também. As meninas que andavam quase peladas (o pessoal lá aproveita cada raio do verão) não eram importunadas. Pessoas deixavam seus pertences nas cangas no gramado para comprar bebida e, ao voltar... MILAGRE, tudo continuava lá.

Dressa relaxando enquanto assiste um show. Essa é a toalha que vem no kit da barraca de camping!


Convivência entre tribos? Superpacífica. No primeiro dia, o headliner foi o Within Temptation, com o Slayer e sua turnê final em seguida. Nenhum babacoide troozão encheu o saco. Bandas modernas e Old School se sucediam com as pessoas mais preocupadas em assistir e se divertir do que encher o saco. Muita animação e cantoria. E nos shows mais pesados, MUITO crowd surfing e mosh. Cada vez que assisto um show lá fora, cai por terra aquele mito de que o pessoal aqui é louco. Na verdade, hoje somos muito comportados, isso sim. Quem quiser socializar, é fácil fazer amizade com os belgas e outros visitantes. De negativo, a galera joga absolutamente TUDO no chão. Mas ao final de cada dia, várias máquinas passavam pelas montanhas de copos e embalagens jogadas no chão, fazendo pacotes compactados que eram retirados da arena. No dia seguinte, tudo limpinho de novo.

Povo figura? Tem sim sinhô!
um lugar seguro para se guardar seu copo em meio ao show do Amon Amarth
Avaliação Final

Me faltam comparativos com outros festivais de lá, mas conversando com pessoas que estavam por lá e que frequentam ouros gigantes, geralmente as avaliações eram favoráveis: o GMM parece ser dos mais organizados festivais do verão europeu. Toda a equipe de produção te atende com muita cordialidade, tudo funciona e é absolutamente fantástico estar em meio a tanta gente e poder se preocupar unicamente em se divertir. Não dá nem para o começo tentar comparar com qualquer festival grande que eu tenha visto por aqui. 
Uma experiência fantástica que, se o dinheiro permitir, pretendo repetir mais vezes. Amanhã, postarei sobre os shows em si. Quem quiser saber algum detalhe que não tenha sido explicado á contento aqui, só perguntar!

Felizes na grade do início do último dia, para o show do FM! Sonho realizado! Valeu!







2 comentários:

  1. Nossa, que viagem das boas meu camarada. Eu fui no Dynamo Open A ir em 2001,foi foda pacas. Muito obrigado pelas dicas,abração.

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    1. Fala, Moshilão!
      Se o dindin deixar, um dia faço uma brincadeira dessas de novo.
      Grande abraço
      T

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