sábado, 16 de novembro de 2019

Pristine – Road Back To Ruin (CD-2019)




Estrada Retrô
Por Trevas

O combo Norueguês liderado pela voz marcante de Heidi Solheim chega a seu quinto trabalho de estúdio. Até então totalmente desconhecido por aqui, ganhou alguma fama planeta afora ao ter destaque no concurso estadunidense Internacional Blues Challenge. Apesar de estar galgando território na onda Retro Rocker que toma conta da cena, a história da Pristine remonta à 2006, tendo muito mais estrada do que algumas bandas com às quais vem sendo comparada, como a Blues Pills. Já havia escutado uma ou outra música via YouTube, mas Road Back To Ruin será minha primeira experiência com um disco completo da Pristine. Vamos lá...

Tia Heidi levou um pouco à sério demais esse lance de fazer um som "pés-no-chão" 
Sinnerman abre os trabalhos com um rockão setentista direto e bacanudo. Aqui a comparação que a banda vem recebendo com o combo multinacional Blues Pills fica ainda mais fácil de entender: Heidi parece saída da mesma forma que a magistral Elin Larsson. A diferença aqui reside no fato de Pristine ser um veículo para a criatividade da ruiva, que compões todas as músicas (alguma em parcerias), tendo a seu lado uma dezena de bons músicos, mas funcionando mais como um projeto solo do que uma banda, a despeito das fotos de divulgação estarem sempre centradas em um suposto quarteto principal.


Na faixa título percebemos que a sonoridade tem sim nuances que destacam a banda de outras que trilham a onda Retro-rocker, um épico quase Doom que não esconde elementos de Rock Alternativo (e pitadas de Björk nas linhas melódicas, se não estou ficando pirado) aqui e acolá. Bluebird nos devolve ao Blues Rock mais puro, que se repete na igualmente boa Landslide.


A etérea Aurora Skies é uma das mais belas baladas que escutei nesse 2019, com destaque para a interpretação cheia de sutilezas de Heidi. Como a banda se sai bem nas faixas menos diretas! O que não quer dizer que também não funcione nos rockões, que o diga a curta e brilhante Pioneer, possivelmente a melhor das faixas mais cruas do disco. Há de se louvar aqui o trabalho de produção de Oyvind Rosrud, que equilibra a proposta retrô com uma bem-vinda modernidade sonora, além de colaborar com pianos e guitarras.


O lado mais viajandão volta com maestria na longa e misteriosa Blind Spot, e aqui Heidi confirma minhas suspeitas anteriores em relação às influências da também escandinava Björk. Que som bonito, que hammond bacana...e que voz! A alternância entre sons mais calmos e introspectivos foi certamente uma escolha pensada, e bem-vinda. The Sober é outro Blues Rock divertido, com trechos que bem remetem aos bons tempos de Uriah Heep e Deep Purple.



Novamente o ritmo cai, mas dessa vez em definitivo, com a R&B Cause And Effect parecendo saída da trilha sonora de um filme nunca lançado do 007 e a sensível Your Song fechando o repertório oficial de maneira quase MPB. A edição nacional, pelas mãos novamente da Shinigami Records, traz ainda duas faixas bônus: a curta e rockeira Dead End e uma versão ao vivo para a bluesy Ghost Chase. Confesso a princípio que peguei esse disco mais pela minha tara pela onda Retro-rocker, mas Road Back To Ruin não é um disco para ficar limitado somente a esse nicho, é sim um baita trabalho que merece ser ouvido por fãs de Rock em geral! (NOTA: 9,00)

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Gravadora: Shinigami Records (nacional)
Prós: retrô sem ser manjado, belas voz de Heidi
Contras: nada em especial a ser reclamado
Classifique como: retro-Rock, Blues Rock, Classic Rock
Para Fãs de: Blues Pills, Beth Hart, Purson, Lucifer


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