terça-feira, 5 de novembro de 2019

Black Star Riders - Another State Of Grace (CD-2019)



Black Lizzy Riders
Por Trevas

Quatro discos de estúdio em menos de 7 anos é uma marca e tanto nos dias de hoje. O que nasceu como um Spin Off do lendário Thin Lizzy virou um projeto viável e incensado pelos próprios méritos. Hoje trazendo apenas Scott Gorham do Lizzy, o Black Star Riders vive muito mais dos arroubos criativos do irlandês Ricky Warwick, que incorpora seu ídolo Phil Lynnot de maneira fidedigna e respeitosa. O novo trabalho faz dele o único não estadunidense da banda, o que possivelmente aumenta ainda mais a dissociação da nova marca com o velho combo irlandês. Os novos recrutas? Chad Szeliga, baterista que tocou por anos no Black Label Society; Christian Martucci, fera das guitarras do Stone Sour. Com dez novas canções em punho e uma bela capa, vamos ver o que o novo BSR nos traz.

Black Star Riders no viaduto do gasômetro?

Chega a ser curioso que uma banda que ambicione escapar da sombra do Thin Lizzy comece o novo trabalho justamente com uma faixa que traga ao mesmo tempo a palavra Moonlight e um solo de saxofone. Mas Tonight The Moonlight Let Me Down é um rock dançante e bem gostoso. A produção de Jay Ruston é límpida e cheia de punch. Em contrapartida, deixa a sonoridade um pouco perto demais do Arena Rock estadunidense coretinho de bandas como Alter Bridge e Foo Fighters. Os novos recrutas aparecem muito bem, apesar de não trazer nada tão diferente assim em termos estilísticos.



A faixa título é a típica paulada celta que se faz sempre presente nos discos do BSR. Talvez funcionasse melhor como a abertura do disco.



Ain’t The End Of The World é um rock dançante com pitadas de anos 1950 e daquelas coisinhas bonitinhas que tio Lynnot sempre fazia. Curiosamente, apesar do selo Thin Lizzy em tese vir pela presença de Scott Gorham, o veterano californiano praticamente não assina nada na bolachinha, e quando assina, vem sob a forma de uma das poucas coisas que em nada remetem ao combo irlandês: a ótima Underneath The Afterglow. Por sinal, que traz uma letra que é uma porrada na cara dos saudosistas: “Do You Remember? Back In The Day When Everything Was Better? Cause I Recall And It Wasn’t Nothing Special!”



Soldier In The Ghetto mantém o padrão alto e diversão, que é quebrado pela pouco inspirada balada Why Do You Love Your Guns?, com sua mensagem certeira contra a cultura armamentista estadunidense minada por um refrão modorrento. A mesma modorrência contamina a segunda balada da bolachinha, What Will It Take?, que traz a boa voz de Pearl Aday à tiracolo (filha de Meat Loaf e esposa de Scott Ian). Para nosso deleite, a partir dali o disco não sofre outro revés de qualidade, soando absurdamente divertido (ainda que sem grandes arroubos de criatividade), até o último instante de Poison Heart. A edição nacional, pela Shinigami Records, ainda traz uma faixa bônus que não faz feio nesse disco de Rock despretensioso e bem bacana. (NOTA: 8,28)


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Gravadora: Shinigami Records (nacional)
Prós: disco conciso e certeiro
Contras: ainda sinto falta de algo “wow” nos discos dos caras
Classifique como: Hard Rock, Classic Rock
Para Fãs de: Thin Lizzy, Alter Bridge



2 comentários:

  1. Achei esse o menos inspirado deles. Gostaria de poder vê-los novamente, de preferência num set full, porque são ótimos ao vivo!

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    Respostas
    1. Krill
      Acho todos os discos legais, mas nenhum essencial. Ao vivo, chutambundas e também tenho curiosidade de ver um show inteirão.
      Abraço
      T

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