sexta-feira, 3 de maio de 2019

Grand Magus – Wolf God (CD-2019)



Lobo Sueco Banguela
Por Trevas

O nono disco de estúdio do Power Trio sueco, adornado novamente pela belíssima arte de capa de Anthony Roberts, vem com 10 músicas e parcos 38 minutos de duração. Na minha mente, residia apenas a esperança de que a banda retornasse à forma de seus quatro primeiros discos, abandonando o Power/Epic Metal enfadonho e sem sal do decepcionante Sword Songs.

Grand Magus 2019: a foto é muito mais pesada que o disco
Mas a desnecessária intro, seguida da faixa título mais broxante que a banda já escreveu, colocaram uma segunda pulga atrás de minha orelha. Wolf God até tenta produzir um refrão para ser cantado pelas multidões, mas é difícil se empolgar quando o próprio JB solta as palavras como se estivesse no fim do expediente de uma entediante segunda feira numa repartição qualquer. 




O trio seguinte melhora bastante o nível. A Hall Clad In Gold, primeira faixa de trabalho, tem uma bela melodia que cresce com as repetidas audições. Brother Of The Storm tem uma ponte que gruda de imediato e Dawn Of Fire é exatamente o tipo de petardo que já foi bem mais comum nos discos da banda. Mas mesmo nesses momentos mais inspirados, 3 coisas saltam aos ouvidos:

1. A produção de Staffan Karlsson (Arch Enemy, Spiritual Beggars) tenta demasiadamente soar Old School, mas só consegue mesmo deixar tudo sem peso e punch, com andamentos bem mais “para trás” do que as músicas pedem: ficamos o tempo inteiro com a sensação de que o disco está na rotação errada;

2. JB a cada disco soa mais e mais como um Messiah Marcolin sofrendo de gripe aviária: zero vontade na voz (vide o início de Brother Of The Storm);

3. Talvez numa tentativa de recuperar a sonoridade do passado, o tom do disco é de uma melancolia onipresente.



E assim se seguem as medianas e preguiçosas Spear Thrower e To Live And To Die In Solitude e a fraquíssima He Sent Them All To Hel (que lembra os piores momentos do The Rods). Mas ainda há momentos que nos fazem lembrar da banda que o Grand Magus um dia foi, como a boa Glory To The Brave, com seu ótimo refrão, e a apoteótica Untamed, definitivamente a melhor faixa dos nórdicos nos dois últimos discos.



Veredito da Cripta

Novamente o Grand Magus rateia numa sonoridade murcha e sem peso, longe de clássicos poderosos como Wolf’s Return e Iron Will. E distante até mesmo de Triumph And Power, disco que consolidou o novo caminho seguido pelos suecos. Ainda assim, existem bons momentos em Wolf God, que elevam a experiência final, talvez o suficiente para agradar aos fãs menos exigentes de metal oitentista. E, convenhamos, nós sabemos que o Grand Magus pode fazer bem mais que isso.


NOTA: 7,43


Visite o The Metal Club
Gravadora: Shinigami Records (nacional)
Prós: Untamed e Dawn Of Fire são Grand Magus de primeira
Contras: produção para lá de murcha e um JB burocrático
Classifique como: Heavy Metal
Para Fãs de: Visigoth, Manowar



2 comentários:

  1. Escutei ontem. Achei quase a mesma coisa que você; fica muito aquém do que eles poderiam fazer - será que o fogo virou brasa?
    Se eu tivesse que dar uma nota, não seria mais que 6,5.
    Abração, caro bugio trevoso!

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    Respostas
    1. Fala, camarada
      É, talvez eu tenha sido mega bonzinho hehhehehehhe
      Abraço
      T

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