terça-feira, 16 de abril de 2019

In Flames – I, The Mask (CD-2019)



Máscara Grudenta
Por Trevas

É curioso fazer uma resenha sobre os suecos do In Flames e perceber que é uma tremenda perda de tempo explicar que não se deve esperar um novo Whoracle ou Lunar Strain. Sim, pois com 13 discos de estúdio nas costas, o In Flames tem muito mais estrada (e trabalhos) vestindo a roupagem de Metal Moderno que optou em 2002 com o divisor de águas Reroute To Remain do que em sua fase inicial que tanto acalenta os saudosistas. Com toda sinceridade, nem acredito que ainda exista alguém que espere um retorno à essas origens há tanto renegadas. Então vamos pular essa parte. Após o lançamento de um dos seus discos mais controversos, o “pop” Battles, o combo sueco liderado pela dobradinha Anders Fridén (voz) e Björn Gelotte (guitarras), com a companhia do já conhecido Niclas Engelin (guitarras), repete a parceria com o premiado produtor Howard Benson (que aparece como colaborador nas composições) e dá boas-vindas aos novatos Bryce Paul Newman (baixo, substituindo o membro de longa data Peter Iwers) e Tanner Wayne (bateria) em mais uma tentativa de “escrever o melhor disco que pudermos”. A expectativa aqui era de que ao menos fizessem algo melhor que o murcho disco anterior...

Direto da convenção de lenhadores suecos, In Flames 2019

O disco começa com o pé na porta, com Voices trazendo um dos muitos grudentos que se fazem onipresentes na bolachinha seguida pela faixa título, talvez a mescla perfeita entre o “velho” e o “novo” In Flames.



Call My Name é bacana e “para cima”, já I Am Above parece a melhor coisa que o Bullet For My Valentine escreveu em anos. Follow Me faz com que percebamos mais claramente o quanto trabalhar com Benson fez com que Anders evoluísse monstruosamente como vocalista. Explicando: o produtor convenceu mr. Fridén a começar a fazer aulas de canto ainda à época da gravação de Battles. Se antes víamos um músico funcional que tinha como maior mérito soar único dentro de suas limitações, agora o barbudo consegue se expressar com uma versatilidade nunca antes vista num disco da banda. Não, Fridén não virou um Chris Cornell, mas até mesmo as partes mais declamadas (à lá Jonathan Davis) ganharam em feeling e melodia.



Claro que nem tudo funciona super bem o tempo todo. (This Is Our) House só escapa do horror absoluto causado pelos corinhos com crianças (por quê, Senhor?) devido ao refrão virulento. E In This Life pouco oferece além do metal Moderno radiofônico produzido às toneladas por aí. Mas quando o toque radiofônico, as dinâmicas da boa produção e o peso balanceado se encontram, o disco se torna absolutamente irresistível, vide as deliciosas We Will Remember, Burn e a bela Stay With Me (com a melhor performance vocal da vida de Anders). A versão nacional ainda traz uma faixa bônus de respeito, Not Alone.





Veredito da Cripta

Longe da discussão infrutífera sobre os rumos que a banda tomou quase 20 anos atrás, temos em mãos o melhor e mais equilibrado disco do In Flames em muito tempo. Um disco direto, moderno, grudento e ainda assim cheio de nuances. Viciante.


NOTA: 9,04

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Gravadora: Shinigami Records (nacional)
Prós: grandes refrães, grande performance de Anders
Contras: somente indicado à fãs de Metal Moderno
Classifique como: Melodic Death Metal, Modern Metal
Para Fãs de: Bullet For My Valentine


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