domingo, 15 de abril de 2018

Blaze Bayley – The Redemption Of William Black (CD-2018)

Blaze Bayley - The Redemption Of William Black

Perdido no espaço
Por Trevas

Terceiro e último capítulo da trilogia de ficção científica escrita pelo vocalista britânico que ganhou fama mundial ao substituir Bruce Dickinson no Iron Maiden, The Redemption vem com a dura missão de fechar de forma musicalmente digna o conceito desenvolvido nos dois bons discos anteriores.  Redeemer começa com diálogos num inglês britânico carregadíssimo que deveriam nos colocar no cerne da história em seu derradeiro capítulo, mas o que interessa é que a música é um daqueles petardos simples e diretos à lá Futureal que o rotundo vocalista sabe fazer muito bem. Um bom início, enfim. A fórmula é seguida (com menor sucesso) nas faixas seguintes, as não tão legais Are You Here e Immortal One. Nelas já fica evidenciado que o problema com a produção, que gerou inúmeras reclamações em veículos especializados, se estendeu por toda a trilogia. Não chega a incomodar horrores, mas fica aquém do esperado para um artista de tanta experiência. Aliás, senti mais o problema da sonoridade nesse disco do que nos dois anteriores.



The First True Sign nos introduz uma levada de bateria interessante seguida de uma harmonia de guitarra diferente, a voz crua do dono da pelota faz um bom trabalho e essa música rapidamente ganha a atenção como um dos destaques do disco, ainda que esteja longe de ser postulante a novo clássico no repertório Blazeano.  Human Eyes expõe a fragilidade da produção na voz torturada de mr. Bayley, repleta de feeling, mas alta demais na mixagem para soar confortável. Ainda assim, um belo e melancólico número.

Blaze, rezando para um bom produtor estar disponível da próxima vez


Blaze contracena com o gorilão Chris Jericho (wrestler e dublê de vocalista no Fozzy) na música de trabalho Prayers Of Light (ver vídeo). Outro metal diretão, outra faixa bacaninha, mas que não chega a impressionar. A épica 18 Days traz outro dueto, dessa vez com Liz Owen, uma boa ideia novamente com resultado um pouco aquém do esperado por conta da produção tacanha. Already Won é curtinha e tem um ótimo refrão, outro destaque do disco.



Life Goes On rouba demais da melodia de Show Must Go On do Queen em sua primeira metade para meu gosto, e quando as boas guitarras Maidenianas dão as caras o estrago já está feito. The Dark Side Of Black é veloz, e tem boas guitarras, mas sua melodia e refrão definitivamente vem e vão sem nada acrescentar.  A trilogia se encerra nos pouco mais de oito minutos da épica Eagle Spirit, de longe a melhor música do Cd. Talvez aí resida a ideia de redenção do título.



Veredito da Cripta

O encerramento da errática trilogia de Infinite Entanglement é também de longe o pior dos três capítulos. Se dá para fazer um paralelo entre essa série de discos conceituais com um filme de ficção, diria se tratar de um daqueles que aos trancos e barrancos consegue desenvolver uma história que nos prende, somente para entregar um terço final bem aquém do prometido. Não é exatamente um disco ruim, existem boas ideias aqui e acolá, mas talvez falte a Blaze um produtor de ponta para canalizar a criatividade do vocalista e sua banda em um material que esteja à altura. Como Andy Sneap fez em Silicon Messiah, até hoje o melhor trabalho solo do britânico.


NOTA: 7,05

Gravadora: Blaze Bayley Recordings (importado).
Pontos positivos: repleto de músicas diretas e boas guitarras
Pontos negativos: produção ruim e melodias genéricas prejudicam o resultado final
Para fãs de: Iron Maiden
Classifique como: Heavy Metal






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