quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Sons Of Apollo – Psychotic Symphony (Cd-2017)

Sons Of Apollo - Psychotic Symphony

Prog Metal à Lá Michael Bay
Por Trevas

Supergrupos costumam ser a prova cabal de que o ditado “de boas intenções o inferno está cheio” faz muito sentido. E o atual status do mercado fonográfico tem fomentado o surgimento de uma miríade dessas erráticas junções de astros do rock. E esse Sons Of Apollo é um exemplo dos mais fortes line ups que já vi num supergrupo. A banda nasceu da promessa mútua que Derek Sherinian (teclados, Dream Theater, Black Country Communion) e Mike Portnoy (bateria, Dream Theater, Transatlantic, Avenged Sevenfold, Adrenaline Mob...) fizeram de voltar a trabalhar juntos, e o time foi completado por músicos de escolha do próprio Portnoy. Seus favoritos em atividade, ao que parece. E realmente só temos feras por aqui: Billy Sheehan (baixo, Mr. Big) e Jeff Scott Soto (voz, Talisman, Journey, Axel Rudi Pell, WET e mais um bilhão de projetos...) já são figurinhas para lá de carimbadas. Completando o time, talvez a grande aposta de Portnoy, o guitarrista de uma das 789 encarnações do Guns And Roses, o virtuose Bumblefoot. Para chamar ainda mais a atenção de todos, foi informado que o Sons Of Apollo marcaria o retorno triunfante do baterista ao estilo que o consagrou (e que ele ajudou a levar ao Mainstream junto à sua ex-banda, o Dream Theater): o infame Metal Progressivo. Vamos ver o que nos aguarda nesse debut, produzido pela dupla mentora do projeto.

Os próprios filhos do Apolo, seria aquele amigo do Rocky?

A longa e pesada God Of the Sun tem um início promissor, mas logo se perde em uma miríade de convenções e solos tão desnecessários quanto genéricos, sintetizando o ponto falho de todo o disco: boas ideias diluídas em toneladas de exibicionismo (coroado na irritante e interminável Opus Maximus).


E o que que é pior, em nenhum momento temos a menor impressão de que o Sons, a despeito do quilate dos talentos envolvidos, se esforça para ter uma cara própria. Não mesmo. Tudo soa como uma colagem desesperada de qualquer coisa já feita anteriormente dentro do combalido Prog Metal. Ou, em termos vocais, com qualquer projeto que Jeff Scott Soto já tenha montado. Coming Home, por exemplo, parece saída de um dos esquecíveis discos modernos do Ozzy.


Alive poderia ser confundida facilmente por uma balada mediana esquecida do Talisman refeita sobre o ponto de vista do projeto. As interessantes ideias vocais se perdendo na necessidade de mostrar uma complexidade que a música não pede em nenhum momento.



E há até mesmo um simulacro de Deep Purple (fase Perfect Strangers) com uma pitada de Dio fase Sacred Heart, na passável Divine Addiction. Se em termos criativos tudo soa derivativo e desinteressante, tecnicamente o disco atinge o que se espera. A bateria tresloucada de Portnoy casando com o baixo eu-queria-ser-guitarrista de Sheehan. Soto fazendo o mesmo de sempre de forma para lá de competente. Sherinian destilando seus solos metalizados e brincando com timbres diferentes de hammond. E Bumblefoot se esmerando em riffs de metal moderno já vistos outras 789 vezes e solos fritados e sem alma que farão as viúvas dos shredders oitentistas molharem as calcinhas.


Veredito da Cripta

Psychotic Symphony talvez soe como o paraíso para alguns, em especial aos fãs daquela vertente Prog Metal “tiruliruli-tirulirulu” que tem em seu maior expoente a quiche de chuchu chamada Dream Theater.  Honestamente, me soou como o equivalente musical de um filme do Michael Bay. E isso está longe de ser um elogio.


NOTA: 4,97


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Gravadora: Hellion Records (nacional).
Pontos positivos: alguns bons refrães e a sempre boa voz de Soto
Pontos negativos: sem personalidade e lotado de convenções e exibicionismo gratuitos
Para fãs de: Dream Theater
Classifique como: Prog Metal


2 comentários:

  1. Só escutei uma música até agora, achei bacana e tal, mas a desconfiança bate forte, mais q a curiosidade... Qdo eu escutar devidamente, se eu lembrar e valer a pena, voltarei aqui pra comentar.
    Nota 4,97... Rindo até a 497ª reencarnação... KKKKKKKKKKKKKKKKKK
    Abs!
    ML

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    Respostas
    1. Fala, Marcello!!
      4,97 é um número cabalístico gwhahhahahahahha
      Achei purgante sabor jiló estragado.
      Abraço
      T

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