segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Blaze Bayley – Infinite Entanglement (Cd - 2016)

Blaze Bayley - Infinite Entanglement
Um Bom (re)Começo
Por Trevas

Prólogo – Uma verdadeira Montanha Russa

O britânico Bayley Alexander Cooke teve uma década de 1990 bem movimentada: catapultado do underground onde fazia algum sucesso com o Wolfsbane ao estrelato ao substituir o mítico Bruce no Iron Maiden e para ser depois fuzilado pelas críticas e jogado direto ao ostracismo, Blaze (seu nome artístico) poderia muito bem ter sucumbido à sensação de fracasso.

Não o fez. Das cinzas, e amparado por uma boa banda e um baita produtor (Andy Sneap), Blaze lançou uma sequência de álbuns matadores, com destaque para Silicon Messiah e Tenth Dimension. De longe muito melhores do que a média do que a Donzela fez desde o previsível retorno do Bruce.

Blaze, fininho e ainda com cabelo, em sua apresentação como novo vocalista da Donzela
O sucesso comercial não veio junto a aprovação da crítica e por problemas internos que nunca ficaram lá muito claros, Blaze, a banda, se desmanchou em 2007. Mas ainda havia lenha para queimar.  Já usando o nome Blaze Bayley para sua banda, foi lançado o excelente e pesadíssimo The Man that Would Not Die, seguido do bom Promise and Terror.


Novamente a banda se desmancha, sob circunstâncias não explicadas, e dessa vez Blaze decide seguir em frente como um artista solo, se apresentando ao redor do globo com músicos locais. Em estúdio, a decisão não pareceu nada acertada, tendo em vista que The King Of Metal é de longe o pior trabalho do vocalista desde que o pavoroso Virtual XI selou seu destino na maior banda de metal do planeta. Quando, quatro anos depois, é anunciado o ambicioso Infinite Entanglement, parte de uma sequência de discos conceituais, confesso que não fiquei nem um pouco empolgado. Mas vamos ao disco.




A faixa título sobrevive à grandiloquência de seu arranjo (e ao péssimo vídeo, ver acima) e mata a pau, seguida da destruidora A Thousand Years e da feroz Human (ver os vídeos abaixo). Uma sequência que prometia um novo clássico do balofo britânico.




Infelizmente a sequência é quebrada pela constrangedora What Will Come, um pavor em forma de música que traz Blaze desafinando por quase 5 minutos amparado somente por violão e cordas. Ainda bem que Stars are Burning e, especialmente, Solar Winds recolocam o trem de volta aos trilhos.

Blaze sensualizando
Após um curto interlúdio instrumental somos apresentados à boa Calling You Home, seguida da para lá de Maideniana Dark Energy 256. Convenhamos, tivesse o Virtual XI duas ou três faixas desse nível, direta e visceral, e dificilmente a fase Blaze seria lembrada com tanta repulsa pelos fãs.


Quando Independence começou com aquela introdução acústica, senti calafrios diante da lembrança de What Will Come, mas logo a música engrena com peso e grandes momentos, tornando-se um dos destaques do disco. Work of Anger tem aquele andamento clássico das composições do Steve Harris, mas embora promissora, acaba por não alcançar seu potencial devido a um refrão meio genérico.


Saldo Final

Em mais um recomeço na carreira, Blaze conseguiu fabricar um disco que promete uma nova fase repleta de boas ideias. A voz em off ao final do disco pergunta “shall we begin?” Se for para trazer mais discos como esse, a resposta é um sonoro “YES”!

NOTA: 7,94

Pontos positivos: boas canções mostram um Blaze reencontrando seu caminho
Pontos negativos: What Will Come...me dá pesadelos!!!
Para fãs de: Metal tradicional em geral
Classifique como: Heavy Metal

4 comentários:

  1. Titio Chamejante possui uma resiliência única... Porque vai ser cagado de urubu como é lá longe... A era Wolfsbane não me diz muita coisa, mas o anúncio da "Besta" foi algo como what/who??? Lembro de ter comprado o X Factor no dia do lançamento mundial (e nunca mais fiz isso!) e de levá-lo para Jacarepaguá onde trabalhava à época... Tinha um generoso intervalo em que o ouviria... E gostei, como gosto até hoje! Mas de prima deu para sentir que ele ia apanhar nas do Bruce ao vivo... Já o Virtual XI mostrou uma banda que não o queria, e ele mais à vontade que Jean Wyllys numa festa KKK... A saída/demissão óbvia e esperada e... BUM!!! Silicon Messiah e Tenth Dimension chutaram as bundas de quem o achava ruim... Era apenas o cara errado numa banda certa mas desajustada, apesar de Futureal e Clansman, e principalmente por Angel and Gambler e Como Estais Amigos... Fui ao show dele no Circo Voador - E QUE SHOW!!! - concluindo com ele permanecendo no palco depois batendo papo, autografando, tirando fotos, bebendo cerveja com a galera (a banda mesmo já estava nos camarins há muito!)... Mas daí veio toda uma sequência de desgraças pessoais, decisões profissionais equivocadas (formou duas bandas excelentes mas as dissolveu que nem sorvete...) e acabei largando o simpático costeletudo pra lá... Mas vou escutar esse daí com atenção. Continuo o achando um vocalista muito bom. Exceto quando tenta cantar a capella ou Wasted Years (que aí dá muita vergonha alheia)...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fala, krill!
      Cara, verdade. Ele perdeu a esposa e comeu o pão que a besta amassou. Dizem que o problema que dissolveu as duas boas bandas que ele montou teria sido o mesmo: money.
      Concordo com tudo o que você colocou e prepare-se, se esse disco não ganhou nota melhor foi por que existe uma música quase "a capella", hehehehehe
      Abracetas
      T

      Excluir
  2. Titio Chamejante possui uma resiliência única... Porque vai ser cagado de urubu como é lá longe... A era Wolfsbane não me diz muita coisa, mas o anúncio da "Besta" foi algo como what/who??? Lembro de ter comprado o X Factor no dia do lançamento mundial (e nunca mais fiz isso!) e de levá-lo para Jacarepaguá onde trabalhava à época... Tinha um generoso intervalo em que o ouviria... E gostei, como gosto até hoje! Mas de prima deu para sentir que ele ia apanhar nas do Bruce ao vivo... Já o Virtual XI mostrou uma banda que não o queria, e ele mais à vontade que Jean Wyllys numa festa KKK... A saída/demissão óbvia e esperada e... BUM!!! Silicon Messiah e Tenth Dimension chutaram as bundas de quem o achava ruim... Era apenas o cara errado numa banda certa mas desajustada, apesar de Futureal e Clansman, e principalmente por Angel and Gambler e Como Estais Amigos... Fui ao show dele no Circo Voador - E QUE SHOW!!! - concluindo com ele permanecendo no palco depois batendo papo, autografando, tirando fotos, bebendo cerveja com a galera (a banda mesmo já estava nos camarins há muito!)... Mas daí veio toda uma sequência de desgraças pessoais, decisões profissionais equivocadas (formou duas bandas excelentes mas as dissolveu que nem sorvete...) e acabei largando o simpático costeletudo pra lá... Mas vou escutar esse daí com atenção. Continuo o achando um vocalista muito bom. Exceto quando tenta cantar a capella ou Wasted Years (que aí dá muita vergonha alheia)...

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    1. Fala, krill!
      Cara, verdade. Ele perdeu a esposa e comeu o pão que a besta amassou. Dizem que o problema que dissolveu as duas boas bandas que ele montou teria sido o mesmo: money.
      Concordo com tudo o que você colocou e prepare-se, se esse disco não ganhou nota melhor foi por que existe uma música quase "a capella", hehehehehe
      Abracetas
      T

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