segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Curtas: Tesseract, Powerwolf, Queensrÿche, Act Of Defiance

Tesseract, Powerwolf, Queensrÿche, Act Of Defiace

Tessseract - Polaris (Cd-2015)
Tesseract – Polaris (Cd-2015)

A Vingança dos Nerds

Banda surgida em 2007 na Inglaterra, é considerada uma das mais emblemáticas do movimento Djent, um rótulo derivado do metal progressivo para designar bandas como Meshuggah e Sikth. Não, não espere por algo tão pesado quanto as bandas citadas, os garotos do Tesseract pegam bem mais leve aqui. O retorno do vocalista Daniel Tompkins não mudou tanto o resultado em relação ao disco anterior, o que temos aqui é um Metal moderno, bastante técnico, mas sem espaço para exibicionismo. A mágica progressiva está centrada nos arranjos, que fazem as músicas oscilarem entre uma beleza quase etérea, baixos pulsantes e peso monolítico quando necessário. Quando funciona, como em Hexes e Tourniquet, essa última quase saindo da seara metálica, ficamos diante de um material que beira a perfeição.


Mas o problema é que nem sempre a mistura engrena, vide as menos inspiradas Cages, Dystopia e Utopia, onde a banda aposta num som com vocais rapeados em alguns momentos, com clara influência de Faith No More. A faixa de Trabalho, Survival (ver vídeo abaixo), é outro destaque, e uma boa amostra do que o ouvinte encontrará em Polaris. Um disco bastante interessante, mas que passa a impressão que o Tesseract ainda vai lançar sua obra definitiva num futuro não muito distante.

NOTA: 79

Classifique como: Prog Metal, Djent
Para fãs de: Pain Of Salvation, Sikth
Fuja se você for aquele garoto que rouba o dinheiro do lanche de gente como os garotos do Tesseract

Hey, cara, devolve nosso lanche!!! Tesseract 2015


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Powerwolf - Blessed & Possessed (Cd-2015)
Powerwolf – Blessed & Possessed (Cd-2015)

Lobinhos Do Capeta!

Banda alemã de Power Metal, o Powerwolf se destaca da maioria dos seus congêneres por dois pontos: a mistura com música sacra e os temas também sacros, tratados com muito humor politicamente incorreto. Para ajudar a dar um tempero à temática, os caras também se utilizam de Corpse Paint e muita pirotecnia. O vocalista Attila Dorn vem de um background de música erudita, então espere por muito coros e vocalizações operísticas. Mas espere, esse não é o tipo de coisa que você esperaria encontrar na Cripta né? Ah sim, uma coisa que me faz gostar do som dos caras é que tudo soa sombriamente divertido, nada de Happy Metal aqui, e os caras costumam caprichar no peso, como pode ser checado na faixa de trabalho, Army Of The Night (ver vídeo abaixo).


Bom, eu realmente acho que o som dos caras lembra bastante o dos suecos do Sabaton, e tal qual os primos belicosos, uma vez que você compra a proposta musical, fica difícil encontrar uma música que desagrade. Tudo aqui soa bacana, nada de novo, mas divertido e com aquela sensação e que deve ser muito legal conferir os lobos profanos ao vivo.

NOTA: 77

Classifique como: Power Metal
Para fãs de: Sabaton, Dream Evil, Grave Digger
Passe longe se for alérgico a coros e ópera 

Não, cara, não é para rir...é para ter medo. Powerwolf 2015


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Queensrÿche - Condition Hüman (Cd-2015)
Queensrÿche – Condition Hüman (Cd-2015)

Coitado do Cotovelo de Tate

Depois do surpreendente reboot da lendária banda estadunidense com o disco homônimo de 2013 (ver aqui), confesso que pela primeira vez em muito tempo me senti ansioso em relação a um novo lançamento dos caras. E quem gostou do disco anterior, não terá do que reclamar de Condition Hüman, pois a fórmula aqui é exatamente a mesma. O Queensrÿche parece ter pego uma máquina do tempo e escolhido uma era entre o Rage For Order e o Operation Mindcrime. Até mesmo o ótimo Todd LaTorre parece uma versão quase idêntica vocalmente ao Geoff Tate daqueles tempos. Quem se lembra dos caras como uma banda de vanguarda, sempre inovadora e produzindo trabalhos diferentes uns dos outros, pode estranhar e questionar a honestidade dessa nova empreitada. Mas a banda não parecer dar a mínima, fazendo até mesmo uma auto referência justamente na música de trabalho, a ótima Guardian, na qual a letra brada Revolution Calling na maior cara de pau no refrão (ver vídeo).


Ainda bem que o material musical aqui é bem acima da média, contando com ótima produção e boas músicas. Os destaques ficam por conta de Hourglass e da Power Ballad oitentista Bulletproof. Mas nem tudo são flores, a bolachinha cai um pouco na reta final, com a péssima balada Just Us inaugurando uma trinca para lá de medíocre antes do encerramento com a boa faixa título. Mais uma bola dentro que só não vai deixar o Geoff Tate careca por que os cabelos já o abandonaram tem tempo (Infelizmente parece que a inspiração se foi com eles).

NOTA: 79

Classifique como: Heavy metal, Prog Metal
Para fãs de: Fates Warning, Queensrÿche antigo
Passe longe se você for o Geoff Tate 

Tate deve atirar dardos num poster desses


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Act Of Defiance - Birth And The Burial (Cd-2015) 
Act Of Defiance – Birth And The Burial (Cd-2015)

Supergrupo Sem Sal

Vendido como o novo supergrupo do metal estadunidense, o AOD tem em sua formação dois ex-Megadeth, o excelente guitarrista Chris Broderick e o batera Shawn Drover, o baixista Matt Bachand (que é guitarrista em sua banda de origem, o Shadows Fall) e o ex-vocalista do Scar the Martyr, Henry Derek. A proposta da banda é...bom, esse é o problema principal, nem eles parecem saber direito. A faixa de abertura e trabalho, Throwback (ver vídeo), começa com uma fúria Thrasher à lá Exodus, mas logo descamba para um híbrido Metalcore.


E isso se repete em boa parte do disco. Você está batendo cabeça com um riff bem Slayer e de repente entra uma melodia vocal de ruborizar os caras do Bullet For My Valentine. Não que eu considere isso um problema por si só. O fato é que a banda carece de boas músicas, a maior parte do material se destacando mais pela perícia de Broderick em sua guitarra (mas mesmo ele parece se repetir aqui) e pela ferocidade da bateria de Drover. Os vocais de Henry Derek tendem a irritar rapidamente, seja pela falta de inventividade, seja pelo seu timbre rasgado chatinho à balde. Enfim, Birth And The Burial não chega perto de ser uma bomba, mas é daqueles discos fadados a catar poeira ou ganhar um delete em tempo recorde pela simples falta de momentos memoráveis.

NOTA: 68

Classifique como: Metalcore com elementos de Thrash Metal old school
Para fãs de: Exodus com Dukes, Metalcore em geral   
Passe longe se você tiver pavor da mistura de vocais urrados e refrões limpos.

Hm, será que o Mustaine vai nos ouvir?

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