terça-feira, 1 de abril de 2014

Adrenaline Mob – Men Of Honor (CD – 2014)

Adrenaline Mob - Men Of Honor (CD - 2014)
Adrenaline Mob – Men Of Honor (CD – 2014)

Finalmente Honrando a Famiglia!

Por Trevas

Um Disturbed Com esteróides?

Quando foi anunciado, em meados de 2011, o surgimento de um supergrupo de Heavy Metal reunindo o exímio Russell Allen (vocal, Symphony X), o subestimado guitarrista Rich Ward (do finado Stuck Mojo) e o polvo workaholic Mike Portnoy (então recém demissionário do Dream Theater), fiquei realmente curioso. Minha empolgação foi em bastante amplificada ao ler que esse supergrupo se afastaria o máximo possível do estilo que consagrara as bandas de origem de Russell e Portnoy, o por vezes asséptico Metal Progressivo. Completando o plantel, o virtuoso guitarrista Mike Orlando e o baixista Paul DiLeo (Fozzy). A banda lançou seu primeiro EP ainda em 2011, para reações um tanto quanto divididas: o approach moderno e direto causou algumas reclamações dos fãs de prog metal, enquanto outro grupo achou cedo demais para se tirar alguma conclusão.

The Mob - Primeira Turma
Em 2012 foi anunciada a saída de Rich e Paul, tendo sido o último substituído pelo baixista do Disturbed, John Moyer. Curiosamente, o disco de estréia da banda, Omertà, traz claras referências o som da banda de origem de Moyer. Sim, o primeiro tento do Mob soa exatamente como uma versão anabolizada do Disturbed. Nada contra, mas faltou o tino para músicas grudentas que fez do grupo de David Draiman um fenômeno de vendas nos Estados Unidos. Convenhamos, além de Undaunted (ver vídeo), muito pouco chama a atenção naquele disco. E quando sua melhor música é uma regravação metalizada para um hit do Duran Duran, é sinal de que há algo errado.


2013 viu a chegada do segundo EP do Mob, Covertà, um pacote de covers com resultados bastante desiguais (ver resenha da Cripta aqui). Logo após esse lançamento, Portnoy anuncia sua saída da banda, o que despertou o sentimento generalizado de que a história dos caras havia chegado a um fim, algo bastante corriqueiro no mundo do rock quando se trata de supergrupos. Muitos, como eu, foram pegos de surpresa quando foi anunciado não só que a banda já possuía um substituto para Mike, como também que um novo disco já estava no forno. O novo baterista é AJ Pero, o mão de marreta popularmente conhecido por envergar trajes de traveco e destruir peles e baquetas pelo lendário Twisted Sister. Convenhamos, um nome muito mais condizente com o estilo grosseirão do Adrenaline Mob. Como não havia me empolgado em nada com os lançamentos anteriores dos caras, ia deixar esse passar, até que um amigo me recomendou fortemente que desse uma chance a esse Men Of Honor. Então, lá fui eu escutar a bolachinha.

AJ pega dicas de maquiagem no Blog de minha esposa
Bem Vindo à Famiglia, AJ!


O começo é para lá de promissor, AJ descendo a lenha enquanto Mike Orlando faz um solo à lá Eruption (Van Halen), logo descambando para um Riff que podia muito bem estar no novo disco do Black Label Society. MIB (Mob Is Back, ver vídeo) soa exatamente como algo da banda de Zakk, com a vantagem de ter um dos melhores vocalistas do mundo no lugar do grunhido não mais que esforçado do nosso Viking ursão. A produção e mixagem ficou ao encargo do próprio Orlando que, além de debulhar nos solos de maneira impressionante, deixou a bolachinha com um som cristalino e repleto de punch.


Come On Get Up (ver vídeo) traz aquela veia moderna do disco de estréia, e apesar de possuir uma linha repetitiva nos versos (com participação vocal de Orlando), se salva devido ao refrão legal e por conta do bom solo.  Dearly Departed é a primeira faixa onde percebe-se um grande diferencial em relação ao lançamento anterior: Men Of Honor possui um bocado de infusões de um Heavy Metal mais clássico. Uma faixa bem legal, que exemplifica bem o estilo que a banda buscou no novo disco.


Behind These Eyes é a primeira balada do CD e seria forte candidata a povoar uma daquelas coletâneas tipo Lovy Metal, se elas ainda existissem. Uma faixa bonitinha que faria inveja ao Skid Row. Os riffs e vocais à lá Disturbed voltam em Let It Go, outra (boa) faixa com vocais divididos entre o abissal Russell e Orlando. Russell, aliás, canta um pouco mais solto nesse disco, não tentando soar malvadão o tempo todo, o que pode agradar um pouquinho mais os fãs de seus outros trabalhos fora do Mob.

Adrenaline Mob e o Visual Proxeneta Boladão
Em Feel The Adrenaline (ver vídeo) comecei a entender que a banda finalmente achou sua cara. Um misto entre o metal sujão e moderno com boas pitadas de tradicionalismo aqui e acolá. A banda definitivamente já não parece um primo mal humorado do Disturbed. John Moyer tem seu momento de destaque justamente nessa faixa, com um curto solo, e AJ Pero mostra mais uma vez que foi uma adição perfeita ao grupo. Apesar de Orlando e Russell serem os destaques absolutos do disco, a pegada pesadona do ex- traveco agregou bastante ao resultado final.


A faixa título (ver vídeo) faz o balanço perfeito entre moderno (versos) e tradicional (refrão), mostrando que a dobradinha vocal entre Russell e Mike veio para se tornar uma das marcas registradas dos caras. Crystal Clear começa como uma baladinha voz e violão meio chocha. E é isso mesmo que ela é, mas quando se tem um vocalista da grandeza de Sir Russell, até baladas chochas valem a pena. House of Lies quebra a tranqüilidade com um baita riff, letra escandalosamente idiota recheada de testosterona, berros do soberbo vocalista e um bom refrão. Um dos destaques, na certa. Judgement Day pode soar tão batida quanto o título indica, mas a energia compensa e é impossível não ter aquela vontade de banguear ao seu som. Falling To Pieces, a última do disco, tem a cara de metal feito para tocar no rádio. Mas é bem feita e cola na cabeça de imediato, encerrando Men Of Honor de maneira para lá de satisfatória.


Saldo Final

Justamente quando muita gente já não apostava mais no Adrenaline Mob é que os caras vieram com sangue nos olhos mostrar serviço. O grande mérito da banda no novo disco foi ter encontrado um meio termo entre a modernidade e o som mais tradicional, talhando assim uma cara própria e identificável, o que havia faltado em Omertà. Fico feliz por ter dado atenção à recomendação daquele meu amigo, Men Of Honor, a despeito das letras imbeciloides de machão boladão, é um disco de metal bastante divertido. Nada que vá mudar o mundo, mas quem se importa?


NOTA: 8


Prós:
A banda finalmente vai achando seu som. Músicas diretas e contagiantes. Grande trabalho de guitarra e voz. AJ Pero afunda crânios, para variar, só que dessa vez sem batom e rímel.

Contras:
Sonoridade bastante simples, letras idiotas. Ah, AJ Pero é ainda mais feio sem maquiagem!

Para Fãs de: Black Label Society, Disturbed, Dio.

Ficha Técnica
Banda: Adrenaline Mob
Origem: EUA
Disco (ano): Men Of Honor (2014)
Mídia: CD
Lançamento: Hellion Records (Nacional)

Faixas (duração): 12 (62’). 10 faixas na versão comum
1. Mob Is Back; 2. Come On Get Up; 3. Dearly Departed; 4. Behind These Eyes; 5.Let It Go; 6. Feel The Adrenaline; 7. Men Of Honor; 8. Crystal Clear; 9. House Of Lies; 10. Judgement Day; 11. Falling To Pieces.

Produção: Mike Orlando
Arte de Capa: Marc Sasso

Formação:
Russell Allen – voz;
Mike Orlando – Guitarras e voz;
John Moyer - baixo
AJ Pero– bateria.

7 comentários:

  1. Cara, excelente resenha!

    Fiquei feliz por ter gostado do Men of Honor e por falar de mim no texto. Aliás, eu não apenas concordei com o que você escreveu sobre este álbum, como ri fácil de termos como "viking ursão" e "visual proxeneta boladão". Haaahaha!

    Parabéns pela resenha.

    Abração!
    Léo.

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    1. Fala, Leo!
      Eu que tenho de agradecer. Se não fosse por você eu teria passado batido por esse disco, que é realmente bem melhor que o primeiro. Muito legal mesmo. Confiei tanto na tua palavra que comprei o disco sem ver nada na interlerd (é, só resenho os discos que compro, coisa de retardado, hehehe).
      Grande abraço
      Trevas

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  2. Muito moderninho aquele primeiro disco, muito new metal, curti não. Vou ver se ouço esse aí, mas se for uma bagaça vou te xingar pra caralho.
    valeu
    Danilo

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    1. Fala, Danilo
      Também não havia aprovado o primeiro disco não, mas esse é bem melhor. Mas continua com algo de metal moderno, não sei se vai ser tua praia não.
      Ah, tem resenha de coisa mais porrada vindo por aí.
      Abraço
      T

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  3. Toda banda de que Mr. Portnoy Quadros (renuncio, para voltar nos braços do povo!) partcipar será assim... Uma permanente dúvida do que ele fará (sim, tocará praca), mas ele queria mesmo era estar no DT. Daí, ele forma um supergrupo, grava um disco, sai, monta outro supergrupo, grava mais um disco... And it goes on and on, on and on, and on and on and on and on...

    Omertà achei um dos discos mais capengas que já ouvi. Tinha ouvido o Covertà antes (de que até gostei), só porque tinha escutado uma gravação ao vivo deles fazendo Mob Rules. Mexeu com Dio, mexeu comigo!

    Esse Men of Honor me agradou exatamente porque eles ligaram o "fuckisse" para Mr. Portnoy Quadros, e fizeram um disco mais direto, mais metalzão. A.J. é um dos bateras que acho mais comédia, desde os velhíssimos tempos dos clipes de I Wanna Rock, We're Not Gonna Take It e You Can't Stop R'n'R, embora sente a marreta dicumforça! E, se você acha ele feio, vai ver a cara do J.J.French limpa...

    Enfim, acho que você está certo: não mudarão os destinos da música, mas creio que podem fazer coisas mais satisfatórias, sem a sombra do mala sem alça do Portnoy. Pronto, FALEI!

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  4. Toda banda de que Mr. Portnoy Quadros (renuncio, para voltar nos braços do povo!) partcipar será assim... Uma permanente dúvida do que ele fará (sim, tocará praca), mas ele queria mesmo era estar no DT. Daí, ele forma um supergrupo, grava um disco, sai, monta outro supergrupo, grava mais um disco... And it goes on and on, on and on, and on and on and on and on...

    Omertà achei um dos discos mais capengas que já ouvi. Tinha ouvido o Covertà antes (de que até gostei), só porque tinha escutado uma gravação ao vivo deles fazendo Mob Rules. Mexeu com Dio, mexeu comigo!

    Esse Men of Honor me agradou exatamente porque eles ligaram o "fuckisse" para Mr. Portnoy Quadros, e fizeram um disco mais direto, mais metalzão. A.J. é um dos bateras que acho mais comédia, desde os velhíssimos tempos dos clipes de I Wanna Rock, We're Not Gonna Take It e You Can't Stop R'n'R, embora sente a marreta dicumforça! E, se você acha ele feio, vai ver a cara do J.J.French limpa...

    Enfim, acho que você está certo: não mudarão os destinos da música, mas creio que podem fazer coisas mais satisfatórias, sem a sombra do mala sem alça do Portnoy. Pronto, FALEI!

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    Respostas
    1. Krill
      Não fico chamando o MP de mala o tempo inteiro porque temo que algum punheteiro nerd de nariz sangrando exploda meu HD. Esses fãs de DT são piores que a galera do Bin Laden e não costumam ser um primor de senso de humor. Mas sim, Portnoy é um dos caras mais chatos da história da música (seria coincidência ele gostar do Lars?). Sim, Omertà é uma Omerdà e esse disco atual é bem mais legal!
      jundis
      T

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