sexta-feira, 7 de maio de 2021

Heavy Duty: Minha Vida No Judas Priest – K.K. Downing & Mark Eglinton (Livro-2018)


 

K.K. Solta o Verbo

Por Trevas

Originalmente publicado em 2018, esse é o trabalho autobiográfico de K.K. Downing, legendário guitarrista do Judas Priest, escrito em parceria com o escocês Mark Eglinton (responsável pelo livro sobre a Metal Blade e pelas biografias de Nergal e Rex Brown).

 

Apesar da carência de material literário sobre o Judas Priest (uma de minhas bandas favoritas) à época, relutei em adquirir o livro: resultado de uma agressiva campanha de marketing na qual quase diariamente o guitarrista soltava alguma declaração depreciativa em relação a seus ex-companheiros de banda. Cheirava a azedume e dor de cotovelo gratuitos. Livros escritos assim raramente valem a pena. Coube então ao meu amigo Moisés Cipriano fazer a resenha do livro para a Cripta, em sua edição original.

 

Mas após viajar com o ótimo Confess, do Halford, achei que era hora de encarar a versão de K.K. sobre a história de uma das maiores bandas de Metal em todos os tempos. O timing foi perfeito, pois a Estética Torta lançou o livro em uma belíssima edição nacional, em capa dura e com tradução certeira. E que ainda vem com cartão (bookplate) autografado pela própria lenda.

A bela edição nacional, com o bookplate autografado. Parabéns para a Estética Torta

Sobre o livro em si, me surpreendi: o tom de Downing no geral é bem leve, ainda que franco, mesclando lembranças de sua juventude e vida pessoal com detalhes sobre a carreira do Judas Priest.

No comparativo com Confess, Heavy Duty é sim um livro mais centrado no Judas Priest do que a obra de Halford. Dito isso, nem de longe parece um livro definitivo sobre a história da banda (Mick Wall, cadê você, meu filho?!?!). A narrativa é bacana, mas K.K. decididamente não é um contador de histórias tão divertido quanto o Metal God.

E se o azedume não contaminou o discurso de K.K. durante boa parte das 325 páginas de Heavy Duty, o mesmo não pode ser dito de seu encerramento, com um capítulo confuso (assim como o do Halford em Confess, sobre sua saída em 1991), contraditório e repleto de mágoas, quase sempre direcionadas a Glenn Tipton.

Ou seja, temos em mãos uma biografia honesta, mas sem nada de especial para quem já está acostumado a livros do gênero. Um bom livro, mas que dificilmente cativará alguém que já não seja muito fã do Judas Priest.(NOTA: 7,00)

Formato: Livro

Título Original: Heavy Duty: Days & Nights In Judas Priest

Ano 1ª Edição: 2018

Editora: Estética Torta

Páginas: 325





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