segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Halestorm – Vicious (Cd-2018)

Halestorm - Vicious

Mostrando As Garras
Por Trevas

Uma potência da nova cena rocker estadunidense, o quarteto Halestorm, capitaneado pelos irmãos Lzzy e Arejay Hale, conseguiu respeito tanto junto aos fãs mais tradicionais do Hard Rock quanto com a galera do mainstream, tudo baseado em shows repletos de energia e pegada. Mas se em cima dos palcos a banda é vista com ótimos olhos, em estúdio a história é diferente. Seus três discos anteriores diluíram boas composições em uma produção pasteurizada que deixou a voz de Lzzy sempre muito acima na mixagem. Com a missão de enfim conseguir canalizar o poderio visto nos shows para o estúdio, o Halestorm compôs o novo disco, Vicious, ao lado do renomado Nick Raskulinecz.

Joan Jett and the Heartbreakers?

Black Vultures chega chutando a porta, uma delícia de Hard moderno, pesado e grudento. Como já vi esse filme antes segui em frente bangueando, mas com o pé atrás.



O início pop de Skulls parece querer corroborar meu medo, mas logo fica claro que aparentemente até os momentos mais radiofônicos o Halestorm enfim soa com uma pegada rocker, lembrando o que a banda faz ao vivo. Bela música, por sinal. Uncomfortable, primeiro single, é um pouco menos legal, mas mantém a pegada firme.



Lzzy Hale, o fenômeno vocal encarna a rebelde rocker nas letras, em grande maioria inteligentemente provocativas, como em Buzz e na funky, ótima e quase erótica Do Not Disturb. Nela a beldade, bissexual assumida, convida um estranho a uma noite de amor no quarto de hotel antes dela ir embora para outra cidade, dizendo ainda que é para trazer a namorada, pois a três é melhor que a dois. Ehr, mais tarde termino a resenha...



Conflicted quase esbarra nos problemas do disco anterior e Killing Ourselves To Live tem sem eu refrão pegajoso algo que me remete ao Poppy Punk muito em voga nos anos 1990, com belo solo de Hottinger. A produção de Raskulinecz deixou o disco com uma sonoridade excelente e na cara, sem polimentos desnecessários. A voz de Lzzy impressiona, mas não está acima de tudo e todos como aconteceu no disco anterior. O maninho Arejay tem tudo para se tornar um Drum Hero para uma nova geração e Josh Smith talvez tenha realmente menos espaço nos arranjos, mas seu baixo é correto e joga para o time.



Mas Lzzy, essa é realmente uma em um milhão, e quem duvidar experimente lidar com o feeling e potência da voz da moça na emocionante faixa acústica Heart Of Novocaine. Dá para sentir o coração na ponta do microfone. Painkiller volta a atacar no Hard moderno com guitarras espertas e ótimas melodias.



White Dress é a declaração de intenções musicada da vocalista/guitarrista em abraçar um estilo de vida distante do que se espera. A faixa título é quase uma versão Heavy Metal de algo que poderia estar num trabalho do Black Eyed Peas, mas funciona muito bem. Os pouco mais de 40 minutos do disco terminam com chave de ouro com a excelente The Silence, com ar setentista adornado pela bela voz da senhorita Lzzy.


Veredito da Cripta

O Halestorm estava nos devendo um Cd à altura de seus poderosos shows. Estava. Vicious enfim mostra ao mundo um som encorpado e com produção que faz justiça a natureza rocker e rebelde do quarteto. E Lzzy, essa coloca novamente suas garras de fora e vai galgando espaço aos poucos no panteão das grandes mulheres da história do Rock. Um baita disco.


NOTA: 9,03


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Gravadora: Warner (nacional)
Prós: Boas músicas, e enfim com pegada
Contras: é um Hard Rock moderno, pouco afeito a maneirismos do passado
Classifique como: Hard Rock
Para Fãs de: Joan Jett, Stone Sour, Crucified Barbara


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