segunda-feira, 18 de julho de 2016

Bad Company – Live 1977 & 1979 (2Cds – 2016)

Bad Company - Live 1977 & 1979
Baú do Tio Rodgers
Por Trevas

Um dos maiores expoentes do Rock de Arena em todos os tempos, o Bad Company foi a galinha dos ovos de ouro de Peter Grant (o empresário-gângster por detrás do sucesso do Led Zeppelin) no período em que Paul Rodgers esteve na banda. Seus discos podiam até sofrer um pouco nas mãos dos críticos. Afinal, era um supergrupo britânico que fazia um som bem de acordo com o que o público estadunidense esperava que tocasse nas rádios rock. Mas ao vivo, nenhum crítico tinha força o suficiente para discutir com os ingressos sempre esgotados ao redor do mundo. Com todo o poder de fogo do BC em cima dos palcos, é assustador perceber que não existia nenhum registro oficial (bootlegs tem aos montes) da fase clássica da banda ao vivo.

É, até que dava uma galerinha boa nos shows dos caras...
Bom, esse disco duplo recém lançado vem para suprir essa “falha curricular”, nos presenteando com duas apresentações da banda. Uma, de 1977, nos Estados Unidos, na turnê do mediano Burning Sky. A segunda, de 1979, na Inglaterra, representa a turnê do Desolation Angels. Ao contrário do que geralmente acontece nesses apanhados de shows, o grande trunfo aqui se baseia no fato dos repertórios serem bastante diferentes um do outro. Das 30 músicas que compõe o pacote, apenas duas se repetem. 

Paulo Rogério, o bad boy pinguço e karateca do Bad Company
Som e performance também variam bastante. A primeira apresentação traz um Paul Rodgers um pouco mais instável e uma banda numa noite boa, mas que dá a impressão que pode render mais. São cerca de uma hora contando como destaques as baladas Simple Man e Ready For Love. O som é cru, mas a falta de retoques nos leva diretamente à primeira fila do espetáculo, o que é uma sensação sempre válida.

O quarteto fantástico em ação
Bom, o disco 2 vem mostrar ao velho Trevas uma máxima do Rock: a de que as vezes o período de estagnação criativa de uma grande banda nem sempre coincide com um período de apresentações ao vivo ruins. Se em 1979 a banda já rateava comercialmente e em termos de crítica, ao vivo estava afiada como nunca. O show possui repertório e performance perfeitos. Embora a voz de Rodgers seja o carro chefe de qualquer banda em que ele tenha participado e Mick Ralphs seja competente como sempre, quem brilha mesmo é a cozinha formada por Simon Kirke e pelo saudoso Boz Burrell, cujo baixo marcante pulsa em destaque na mixagem.


Saldo Final
Dois repertórios distintos, em duas turnês distintas, representam um retrato fiel, sem retoques, de uma das grandes potências musicais do final dos anos 1970. Um material que se faz obrigatório nas prateleiras de qualquer fã que se preze da década de ouro do blues rock. Tomara que o depósito de onde saiu esse disco ainda tenha mais material raro guardado!

NOTA: 90

Para fãs de: Free, Foghat, Humble Pie
Fuja se: teu negócio for gente pintada de defunto gritando que nem demonho
Classifique como: Blues Rock, Hard Rock, Classic Rock

2 comentários: