quarta-feira, 11 de maio de 2016

Spiritual Beggars – Sunrise to Sundown (Cd-2016)

Spiritual Beggars - Sunrise to Sundown (Cd-2016)


A Uriah PurpleThing

Por Trevas

O Spiritual Beggars surgiu em 1994, quando Michael Amott ainda empunhava as guitarras junto ao lendário Carcass. A ideia era emular o som dos anos 1960/1970, com requintes de metal, num monstrinho Stoner que seguiu produção bienal até os idos de 2002, contando com um misto de convidados e membros não tão fixos assim, com destaque para os vocalistas Spice e JB (Grand Magus). A partir daí a produção passou a ser ainda mais esporádica, muito relacionado ao sucesso assustador que o Arch Enemy (filhote principal de Amott) angariou ao redor do globo. Em 2010, com a chegada do vocalista grego Apollo Papathanasio, muito menos limitado que seus antecessores, a sonoridade do SB ganhou ares de retro rock, expandindo sua base de fãs (e perdendo alguns Stoner Heads mais puristas). Sunrise to Sundown é o terceiro rebento dessa fase, novamente gravado sem muito alarde no meio das pausas da lotada agenda do AE.

O Dream Team circa 2016

A primeira metade do disco é absolutamente deliciosa, com a faixa título trazendo à tona um som setentista que lembra algo entre o Purple fase Coverdale e os melhores momentos do Uriah Heep. Diamond Under Pressure nos presenteia com o som de Hammond bem na cara de Per Wiberg (Candlemass, Opeth) numa música viciante (ver vídeo). What Doesn’t Kill You lembra as origens metálicas do pessoal envolvido, com destaque ao sempre competente Apollo Papathanasio (ex Firewind), que possui um timbre perfeito para esse estilo e para os duelos entre órgão e as guitarras de Mr. Amott na segunda metade da música. A produção, ao encargo de Steffan Karlsson (Firewind, Arch Enemy, Grand Magus) tenta capturar a essência do rock setentista, mas deixa tudo um pouquinho sujo demais quando a bateria nervosa de Ludwig Witt (Firebird, Grand Magus) ataca os pratos. Completa o timaço o sempre ótimo baixista Sharlee D’Angelo (Arch Enemy, Witchery, Mercyful Fate).



O disco segue e Hard Road (ver vídeo) e No Man’s Land são outras duas pérolas intercaladas pela quase tão boa Still Hunter. Curiosamente, é a partir da razoável I Turn to Stone que a banda tenta reeditar um pouco da sonoridade stoner de outrora e o padrão de qualidade começa a variar. Lonely Freedom é uma tentativa de soar como uma jam espacial, mas vai o nada ao lugar algum, parecendo apenas um canal para bons solos do patrão. E nessa altura até mesmo a rocker You’ve Been Fooled acaba por errar o alvo.


Por sorte ainda temos faixas acima da média como Dark Light Child e o encerramento com a igualmente bacana Southern Star para manter o interesse na bolachinha.


Saldo Final


Quando comecei a escutar Sunrise to Sundown, tive a certeza de estar diante do melhor trabalho dos suecos. Infelizmente a bola baixa um pouquinho na reta final. Mas não se engane, mesmo as músicas menos inspiradas da bolachinha não chegam a incomodar e nem de longe eclipsam a qualidade da maioria do material. A melhor definição do rumo que a banda escolheu eu li numa revista inglesa: se antes eles queriam ser o Monster Magnet, agora querem ser o Deep Purple. Talvez isso assuste alguns fãs, mas ainda assim, o cd é muito bom!

NOTA: 82

Para fãs de: Uriah Heep, Deep Purple

Fuja se: estiver à procura apenas de material puxado para o stoner
Classifique como: Retro Rock

 

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